Após protestos, Chile deve apresentar reforma educacional
A proposta ocorre após mais de 400 mil pessoas protestarem em seis cidades do país
Fernando Rojas, subsecretário chileno da Educação, anunciou nesta sexta-feira que o presidente Sebastián Piñera apresentará nos próximos dias o projeto de reforma da educação, que estará centrado no "financiamento estudantil".
"Temos que nos encarregar de um sistema que dê acesso, que dê financiamento adequado e que reduza os custos que a educação superior tem para as famílias chilenas", disse Rojas, em uma entrevista para a rádio Cooperativa.
O projeto será discutido no Congresso e "tem que abordar matérias de qualidade", assim como "a criação da Subsecretaria da Educação Superior", disse o subsecretário.
Cerca de 400 mil pessoas se mobilizaram na quinta-feira em seis cidades do país durante uma manifestação convocada pela Confederação de Federações de Estudantes do Chile e pelo Colégio de Professores, segundo o balanço entregue por ambas as organizações.
Em relação às recentes manifestações, o representante do Ministério da Educação disse que os jovens fazem um chamado. "Temos que deixar de brigar e ir trabalhar", acrescentou.Depois de encerrados os protestos, Piñera convocou vários ministros para analisar a marcha e estudar um projeto com o qual o governo espera superar o conflito. Líder do Colégio de Professores, Jaime Gajardo, afirmou que o movimento "vai continuar" e anunciou que já é preparada uma nova marcha nacional que pedirá a renúncia do ministro da Educação, Joaquín Lavín.
A maioria dos manifestantes, que ocuparam a principal avenida da capital Santiago, é composta por estudantes universitários e secundários, além de professores e funcionários públicos, que lutam por melhores condições de trabalho e salário.
A marcha só foi interrompida quando um grupo de cerca de 100 pessoas tentou saquear um supermercado, uma farmácia e uma loja de celulares e houve a interferência da polícia, que usou bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.
As informações são da Agência Ansa