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Educação a distância facilita acesso de adultos ao ensino

11 mai 2011 - 09h23
(atualizado às 09h45)
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O número de analfabetos com mais de 15 anos no Brasil passou de 16,63% para 7,3% da população brasileira. Porém, ainda que tenha havido redução, hoje há 13,9 milhões de brasileiros que não sabem ler e escrever, segundo dados do censo 2010 do IBGE. Uma maneira de facilitar a adesão ao ensino é apostar na Educação de Jovens e Adultos (EJA) a distância, que permite que os estudantes organizem os próprios horários.

Entre as instituições disponíveis em São Paulo, está o Centro de Ensino a Distância (Cead), que dá aulas online de ensino médio e de segundo ciclo do Ensino Fundamental (a partir da 5ª série). Com foco no EJA, a escola possibilita ao estudante fazer cada série em seis meses. "O aluno estuda de acordo com a documentação que tem. Se fez o primeiro ano, tem só os próximos dois para cursar", afirma a coordenadora pedagógica do Cead, Virgínia Torres.

O estudante paga R$ 340 o semestre e cursa uma disciplina por vez. "O aluno administra a própria agenda, mas orientamos para que agrupem os conteúdos por áreas de conhecimento: exatas, humanas e línguas", afirma Virgínia. A coordenadora conta que a maioria dos alunos chega até a escola para ter uma melhor qualificação dentro do mercado de trabalho.

A carioca Gabriela Moraes, 35 anos, está aproveitando os benefícios do ensino a distância desde março. Dois anos atrás, tentou estudar o Ensino Médio de maneira tradicional, mas teve seu esforço frustrado. Com uma grande carga horária do trabalho, confeccionando figurinos para escolas de samba e shows, foi reprovada por faltas. "Às vezes, saio do serviço às 17h, mas em outras preciso ficar até a meia-noite. Tenho que estar disponível, então deixei o estudo de lado", diz.

Agora, estudando online, Gabriela consegue manter o ritmo. "Tenho acesso à internet em casa e no trabalho. Então posso tirar uma ou duas horas do meu dia para isso", comemora. A estudante fez o ensino fundamental, mas teve de começar a trabalhar muito cedo para ajudar a família. "À distância eu vou conseguir. Mesmo que eu chegue de madrugada, é possível cumprir as tarefas", afirma.

Assim como Gabriela, outras 99 pessoas cursam o Ensino Médio a distância promovido pela parceria entre a Fundação Trompowsky, o Centro de Estudos de Educação a Distância (Cenad) do Colégio Realengo, no Rio de Janeiro, e a editora Maximus. Pessoas com, no mínimo, 18 anos, que tenham o Ensino Fundamental completo e que vivam no estado fluminense podem se inscrever durante todo o ano. O curso, que compila os três anos em apenas um, é organizado com uma disciplina por vez. Assim, a oferta de vagas é constante e, independentemente de quando inicia, o aluno se forma em 12 meses.

Anália Mol, coordenadora-geral do curso pela Fundação Trompowsky, explica que o caso de Gabriela não é isolado. A maioria dos estudantes que buscou as aulas está há muito tempo sem estudar e busca módulos de educação a distância devido à praticidade e à flexibilidade para estudar. "Aqui, a sua sala de aula está aberta 24 horas por dia. O aluno faz o horário dele", conta. A mensalidade é de R$ 95,00.

Os únicos dias presenciais são as datas das provas, ao final de cada disciplina, sempre aos sábados, no Polo de Apoio Presencial escolhido pelo aluno no momento da inscrição. Ao todo, são 11 polos, distribuídos em diversos bairros do município do Rio de Janeiro e em outras cidades do Estado, como Itaguaí, Mesquita, Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti.

Cada conselho ou secretaria de educação de cada Estado estipula como tratar a questão do ensino médio a distância, credenciando algumas instituições. Assim, apesar de a internet possibilitar que alunos estudem de qualquer lugar do País, o estudante deve buscar escolas locais.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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