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Professor será orquestrador do aprendizado, diz ex-diretor do Google

Professor será orquestrador do aprendizado, diz ex-diretor do Google

12 abr 2011 - 18h18
(atualizado às 19h13)
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Emily Canto Nunes
Direto de Porto Alegre

Na tarde desta terça-feira, o atual CEO da Anhanguera Educacional e ex-diretor geral do Google Brasil, Alexandre Dias, participou do painel A Educação no Futuro no 24° Fórum da Liberdade, realizado em Porto Alegre (RS). Para Dias, o Brasil precisa fazer um esforço educacional para que seus futuros profissionais possam competir em um mercado global. "Não podemos mais ser uma gota em um oceano, é preciso mais", disse Dias.

Entre as diversas mudanças na educação apontadas por Dias está a relação entre professor e aluno, que precisa deixar de ser unilateral. De acordo com ele, o educador agora tem que lidar com um aluno levanta a mão no fundo da classe e discorda, pois ele viu algo na televisão, na internet, e ele vai estar certo. Por outro lado, o aluno tem que se responsabilizar por seu aprendizado. "O professor será um organizador, um orquestrador da experiência de aprendizagem".

Ainda de acordo com Alexandre Dias, a necessidade global de criar profissionais mais competitivos, atrelada à velocidade cada vez maior das mudanças tecnológicas resultará em uma "desruptura" dos modelos educacionais como os conhecemos.

Nos Estados Unidos, a online education está bastante avançada segundo o CEO da Anhanguera Educacional porque os americanos estão preocupados em perder seus empregos para profissionais indianos, chineses e até brasileiros.

Outra transformação que está em curso e que ira modificar a educação diz respeito à portabilidade do conhecimento. "O conteúdo não está mais restrito ao professor, à sala de aula, ao caderno ou ao notebook. O conteúdo vai estar na nuvem, acessível em diferentes dispositivos. Qualquer um que tem um smartphone hoje sabe que nos chips só estão algumas músicas ou vídeos, que grande parte do conteúdo dos aplicativos, por exemplo, está na nuvem, através da cloud computing", afirmou Dias.

"As relações de produtividade mudaram", disse Dias, ao comparar a produtividade de um funcionário do Google, que segundo ele é muito maior do que a produtividade de um funcionário da General Motors, por exemplo. "Logo, a educação também deve se modificar para acompanhar essas transformações. Nesse sentido, a tecnologia pode aproximar os alunos não apenas da sala de aula, como do conhecimento como um todo. A tecnologia transformou e está transformando nossas vidas, não tenho dúvidas de que irá transformar a educação", disse Alexandre Dias.

Educação e tecnologia

Também participando do painel, o presidente da IBM Brasil, Ricardo Pelegrini, disse que a ideia de futuro carrega consigo conceitos como esperança, liberdade e tecnologia. E que na estrada em direção ao futuro, a educação é essencial. Um dos problemas apontados por Pelegrini diz respeito à formação básica dos brasileiros, que segundo ele não sabem articular conhecimentos técnicos.

Pelegrini disse ainda que é o profissional do futuro precisará ser especializado, mas terá também que dominar outros assuntos relacionados. Para o presidente da IBM, que disse que o setor de serviços é o que mais cresce no País, o Brasil precisa avançar nesse sentido e investir em faculdades voltadas aos serviços, a formação de profissionais para estes setores.

Pelegrini também falou do papel da tecnologia no futuro da educação, citando como exemplo o supercomputador da IBM, o Watson, que recentemente ganhou de dois dos maiores competidos do Jeopardy!, um programa de teste de conhecimentos bastante popular nos Estados Unidos. Para ele, o avanço da educação depende de avanços tecnológicos como a criação de computadores deste porte e com capacidade de cognição.

Painel no Fórum da Liberdade, realizado em Porto Alegre (RS), discutiu a "Educação no Futuro"
Painel no Fórum da Liberdade, realizado em Porto Alegre (RS), discutiu a "Educação no Futuro"
Foto: Tiago Trindade / Divulgação
Fonte: Terra
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