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Especialista dá dicas para adaptar o bebê ao berçário

5 abr 2011 - 08h46
(atualizado às 08h54)
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Cartola - Agência de Conteúdo
Especial para o Terra

Passados os meses da licença-maternidade, chega o momento que muitas mães veem com sofrimento: deixar a criança no berçário para voltar ao trabalho. Esse período complicado pode ser amenizado se tanto a mãe quanto a escola souberem fazer uma adaptação adequada para o bebê.

Cláudia Razuk, coordenadora do Colégio Itatiaia, em São Paulo, afirma que o segredo é fazer a criança frequentar o novo ambiente de maneira gradual. "No primeiro dia, ela permanece só por uma hora e vem no período em que os outros estão brincando, justamente para chegar em um momento bem gostoso".

No dia seguinte, o pequeno fica duas horas, e assim por diante. A ideia é vencer etapas: dormir na escola, lanchar, almoçar. Mas tudo a seu tempo, já que são muitas novidades para alguém que está bem acostumado às mesmas pessoas e aos mesmos lugares.

Na casa da engenheira agrônoma gaúcha Paula Brum, 36 anos, 2010 foi o momento de deixar a filha Isabela no berçário, na época com 10 meses. Por uma semana, Paula frequentou a creche, permanecendo em uma sala ao lado. Cinco meses depois, a mãe pode dizer orgulhosa que a adaptação foi um sucesso. "Ela chega na escola e sai correndo para a sala", diz Paula, que também é mãe de Júlia, 6 anos.

No caso da filha maior, a adaptação foi mais tardia - com 1 ano e 6 meses - e também mais sofrida. Até hoje, Paula leva Júlia até a sala de aula todos os dias. "Com a Júlia, fiquei três meses indo na creche. Ficava um pouco, saía, voltava. Ela relutou bastante na época", recorda.

Apesar de o comportamento estar muito relacionado à personalidade de cada uma, Paula acredita que o bebê simpatizar com a equipe pode ser a chave para uma adaptação de sucesso. "A Isabela vai com prazer, manda beijo, é carinhosa com as professoras", diz.

A coordenadora de escola conta que a idade em que é feita a adaptação influencia bastante na reação dos pequenos. Até os seis meses, o bebê costuma fazer uma transição tranquila, estranhando mais apenas na hora de dormir, já que a creche pode ser mais barulhenta que o quarto de casa. Se a criança já é maior, ela estranha especialmente os adultos.

Outro ponto a ser trabalhado durante esse processo é que a adaptação não é apenas do bebê, mas também da mãe e das professoras. "Cada criança é única, então a equipe também precisa de um tempo para conhecer as características dela, para conhecer a sua rotina", afirma Cláudia. Para acalmar os ânimos das mães, elas passam o primeiro dia junto dos filhos, até para conhecer os profissionais do berçário. No segundo, ficam na escola, mas não do lado dos bebês, caso as crianças precisem delas. Assim, quanto mais os filhos se adaptam, menos elas permanecem no local.

A segurança da mãe em estar deixando o filho em um novo lugar é fundamental para o sucesso da transição. Cláudia garante que, quando a mãe chora e sofre na despedida, os pequenos costumam reagir na mesma linha. "Os pais devem estar calmos. A falta de tranquilidade é passada em 100% dos casos, por linguagem corporal", diz.

No caso de crianças que ainda mamam no peito, a coordenadora aconselha as mães a dormirem com algum pano ou bicho de pelúcia da criança , para que fique com o seu cheiro. Aí o filho leva o objeto para o berçário, e isso o tranquiliza. Quanto à amamentação, vale a pena escolher escolas perto do trabalho, caso a mãe queira continuar dando o peito.

Algumas conseguem ainda tirar leite antes e mandar para a creche, para ser oferecido à criança posteriormente, mas não é uma técnica tão simples para todas as mães. Para as que pretendem manter apenas a mamadeira, seja com leite materno ou não, uma dica é começar esse processo algumas semanas antes de levar o bebê à creche. "Se ela fizer isso antes, é uma coisa a menos para se preocupar quando estiver de volta ao trabalho", opina Cláudia.

A engenheira agrônoma gaúcha Paula Brum, 36 anos, com suas filhas Isabela e Júlia
A engenheira agrônoma gaúcha Paula Brum, 36 anos, com suas filhas Isabela e Júlia
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação
Fonte: Especial para Terra
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