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Doutores têm dificuldade de encontrar vaga no mercado

22 mar 2011 - 08h36
(atualizado às 09h26)
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Cartola - Agência de Conteúdo
Especial para o Terra

A escola também realiza atividades externas, como esportes radicais
A escola também realiza atividades externas, como esportes radicais
Foto: Divulgação

Depois de anos focados em alcançar mestrado e depois doutorado, os acadêmicos encontram dificuldade de conseguir uma vaga profissional condizente com a sua formação. Rafael Prikladnicki, diretor da Agência da Gestão Tecnológica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) conta que nos Estados Unidos, por exemplo, é comum o mercado buscar profissionais com alto nível acadêmico. "Temos que acabar com essa ideia de que doutor só trabalha em universidade", lamenta o diretor.

No Brasil, quem segue a pesquisa normalmente acaba encontrando vagas apenas em instituições de ensino, ou recebe salários mais baixos. Pesquisa da agência de recrutamento Catho indica que, para cargos de diretoria, a média salarial de quem tem MBA é maior do que as dos que são doutores ou mestres (R$ 18 mil, em média, contra R$ 17 mil).

Por isso, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RS) lançaram o projeto Doutores nas Empresas, com a ideia de aproximar academia e mercado.

O projeto começa em julho e concede bolsas a pessoas com doutorado para que possam promover a sua qualificação e levar o seu conhecimento para dentro de micro e pequenas empresas. No pagamento dos salários, as organizações vão contribuir com um terço do valor e o restante será custeado pelo Sebrae/RS e pela Fapergs em um período de 24 meses.

Encontrar esses doutores é também um desafio, e nisso a PUCRS está dando apoio. Os pesquisadores podem ser de qualquer área do conhecimento, desde que haja empresários interessados em trazê-los para o seu negócio. Porém, a maior dificuldade agora é encontrar esses acadêmicos, já que o edital pedia pessoas sem vínculo empregatício.

"Tínhamos uma boa quantidade de gente para iniciar o projeto, mas boa parte era docente. E não podia ter nenhuma relação remunerada com empresas", lembra Prikladnicki sobre um item que já está sendo revisto para que a ideia tenha sucesso.

A doutora em psicologia Hericka Dias é professora da PUCRS e se encaixa nesse perfil. A psicóloga acredita que há uma distância entre o mundo acadêmico e o mercado, especialmente na área das Ciências Humanas. Porém, gostaria de participar da iniciativa se aparecesse uma boa proposta. "Vejo como uma ideia desafiadora e adoro desafios", afirma. "A gente estuda uma grande amplitude de temas e me interesso por muitas áreas da psicologia", diz.

Fonte: Especial para Terra
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