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Educação pode reduzir risco de pressão alta, diz estudo

Pesquisa americana afirma que nível educacional afeta mais a saúde de mulheres.

1 mar 2011 - 05h55
(atualizado às 08h37)
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Uma pesquisa americana sugere que mais tempo de educação pode reduzir a pressão sanguínea. A pressão alta, ou hipertensão, está ligada a problemas como ataques cardíacos, derrames e falência renal.

O estudo publicado na revista especializada BMC Public Health mostra que a ligação entre educação e redução da pressão sanguínea é mais forte entre mulheres.

Níveis educacionais mais altos já eram relacionados a níveis menores de doenças cardíacas. Os pesquisadores sugerem que a pressão sanguínea pode ser a origem desta relação.

"Mulheres com menos (tempo de) educação têm probabilidade maior de passar por depressão, probabilidade maior de ser mães solteiras, mais probabilidade de viver em áreas empobrecidas e mais probabilidade de viver abaixo da linha de pobreza", disse Eric Loucks, professor que liderou o estudo na Universidade de Brown, no Estado americano de Rhode Island.

O estudo analisou 30 anos de informações recolhidas de 3.890 pessoas, que estavam participando da experiência em um bairro de Massachusetts. Estas pessoas foram divididas em três grupos: baixa educação (12 anos ou menos), educação intermediária (entre 13 e 16 anos) e alto nível de educação (17 anos ou mais).

Os pesquisadores calcularam então a média da pressão arterial sistólica do período de 30 anos.

Predisposição

Mulheres com níveis baixos de educação tinham uma pressão sanguínea 3,26 mmHg (milímetros de mercúrio) mais alta do que aquelas com um nível educacional alto. Entre os homens, a diferença foi de 2,26 mmHg.

Outros fatores, como fumo, consumo de medicamentos para pressão e consumo de bebidas alcoólicas, foram levados em consideração e o efeito sobre a pressão arterial continuou, apesar de ser em um nível mais baixo.

"Foi demonstrado que o baixo nível educacional predispõe indivíduos a empregos de maior carga, caracterizados por altos níveis de exigência e baixo nível de controle, que estão associados com a pressão arterial elevada", escreveram os pesquisadorse na revista BMC Public Health.

"Estas descobertas apoiam as provas já existentes a respeito da ligação entre privação sócio-econômica e risco de doenças cardíacas", disse Natasha Stewart, enfermeira especializada em problemas cardíacos na instituição de caridade British Heart Foundation.

"São necessárias medidas em todas as partes da sociedade para dar às crianças o melhor início possível na vida e reduzir as desigualdades na saúde", acrescentou.

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