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De zoológico a aulas de robótica; escolas apostam em diferenciais

27 fev 2011 - 13h53
(atualizado às 14h14)
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Para atrair público cansado do velho esquema professor/sala de aula, algumas instituições de ensino do País investem em novas atividades e em formas de educação diferenciadas. De aulas inusitadas, como empreendedorismo, a apostas no futuro, como robótica, estas escolas apostam em inovações para sair do lugar comum. No Instituto da Criança, na região centro-sul de Belo Horizonte (MG), além da estrutura convencional, os cerca de 600 alunos realizam atividades em um minizoológico contruído na escola. Segundo a diretora do colégio, Margarida Lélis Figueiredo, a intenção é que as crianças desenvolvam na prática todo o conteúdo teórico aprendido em sala de aula.

Além de aulas de empreendedorismo, alunos de escola em Londrina (PR) participam de atividades radicais, como rafting
Além de aulas de empreendedorismo, alunos de escola em Londrina (PR) participam de atividades radicais, como rafting
Foto: Divulgação

Na escola de Belo Horizonte, são mais de 100 animais como pavões, araras, tartarugas e coelhos, além de uma minifloresta, com árvores frutíferas. "Este processo ajuda no convívio entre as crianças. Elas aprendem que o mesmo cuidado que se deve ter com a natureza e com os animais também se deve ter pelos colegas", afirma a diretora.

A professora Viviane Trotta aprova o sistema pedagógico da escola, que permite às filhas, Vitória, 2 anos, e Marina, 8 anos, terem um contato maior com a natureza. "A escola engloba a criança num todo, no lado social que enfoca a formação do ser humano". Já a designer de interiores Daniela de Assis Ferreira, mãe da aluna Izabela, 10 anos, diz que a filha teve uma formação muito boa. "Minha filha está aqui desde o maternal até o 5º ano. Gostaria que existisse uma escola igual a essa para que ela pudesse ter continuidade nos estudos com o mesmo nível", afirma.

A escola Apoena, em Londrina (PR), também aposta no contato com a natureza para atrair os alunos. A instituição, que atende 140 crianças no berçário, educação infantil e ensino fundamental, tem uma estrutura preparada para receber animais, doados ou emprestados por pessoas que admiram o interesse das crianças pelos bichos. Entre os hóspedes, a escola já recebeu galinhas, cabritos e atém um bezerro.

Mas a mascote dos alunos é a cachorra Lila, uma Cocker de 14 anos, moradora da escola. O animal circula livremente pelo quintal e recebe os cuidados das crianças. "Cada grupo se responsabiliza por verificar se ela tem água, se comeu, se está bem", afirma a coordenadora Ana Tereza de Lucca. O cuidado com as plantas também faz parte do aprendizado dos alunos, que cultivam uma horta montada na escola.

Mãe de duas alunas, Letícia Figueiredo diz que a escola proporciona aprendizados e brincadeiras que têm se perdido ultimamente. "Em casa, elas têm contato com brinquedos modernos, televisão, internet, mas aqui elas experimentam coisas que nem mesmo eu pude conhecer na minha infância, em São Paulo, como brincadeiras de roda, por exemplo", afirma.

Robótica na volta às aulas

As aulas de robótica fazem parte da grade curricular do Colégio Apoio, em Recife (PE), a partir do sexto ano. Em 2011, os alunos se preparam para dois concursos internacionais que vão participar. Em abril, um grupo viaja para Saint Louise, em Missouri, nos Estados Unidos, e representam o Brasil na Primeira Liga de Lego (FLL, na sigla em inglês). Em julho, será a vez de embarcar para Istambul, na Turquia, e mostrar o seu melhor no RoboCup Jr. Dance.

A prova dos Estados Unidos consiste em criar um robô autônomo em 2 minutos e 30 segundos para executar missões estabelecidas com antecedência. Para a competição da Turquia, quatro alunos desenvolveram o robô Oxóssi, programado para dançar em uma apresentação interativa com a máquina. O robô criado na escola tem movimentos pré-definidos, mas também recebeu sensores para responder ao movimento do parceiro, na dança. "Assim, uma dança nunca será igual à outra", afirma Bruno Braga, 15 anos.

A coordenadora do projeto de robótica, Vancleide Jordão, conta que a seleção dos alunos que participam dos concursos é feita ao se observar os que possuem espírito empreendedor, encaram bem os desafios, gostam de pesquisas e são dedicados. "Não escolhemos os melhores alunos de robótica, mas o que preenche melhor o perfil de competidor". A diretora pedagógica, Terezinha Cysneiros, afirma que as aulas de robótica são importantes na preparação dos jovens. "Tivemos um aluno, que hoje faz direito, que utilizou princípios que aprendeu nas aulas ao fazer uma apresentação na faculdade".

Empreendedorismo em sala de aula

Com pouco mais de 400 alunos, um colégio de Londrina (PR), decidiu há cerca de 10 anos inserir a disciplina de empreendedorismo na grade curricular. Desde então, as crianças e adolescentes da Escola Educativa aprendem não apenas como gerir um negócio, mas também valores como ter autonomia e vencer os medos.

Na sala de aula, a professora Érica Stier comemora a empolgação dos alunos com o conteúdo. "Eles ficam muito ansiosos, todos querem participar e dar suas opiniões", diz a professora. Mas é fora da sala que eles tiram as lições mais importantes. Os alunos enfrentam os desafios de passar a noite em um chalé de estância, de realizar um acampamento e uma viagem radical, com direito a rafting e trilhas.

Na formação dos empreendedores mirins, a escola também realiza uma atividade de simulação da criação de empresas. Uma vez por ano, cada turma organiza a sua miniempresa e escolhe um produto a ser vendido. Em uma feira, no próprio colégio, todos os alunos montam seus espaços e vendem os produtos para pais e professores.

Os resultados, de acordo a direção da escola, são a mudança de comportamento em muitos alunos, que se tornam mais decididos, questionadores e independentes, atitudes de um empreendedor. Cleire Fernandes, mãe de um aluno que está na oitava série, conta que o filho era muito tímido e retraído, mas em seis anos estudando no colégio, mudou bastante. "Ele ficou muito mais seguro, amadureceu, melhorou o relacionamento com os amigos e tem mais iniciativa para dar opiniões. Às vezes temos algum problema em casa e ele nos dá ideias de como resolver", afirma a mãe, que tem outro filho estudando na 5ª série.

Fonte: Especial para Terra
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