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Passeata e piquete reúnem 450 servidores e alunos da Unesp

2 jun 2010 - 18h55
(atualizado às 20h55)
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Chico Siqueira
Direto de Araçatuba

Cerca de 450 servidores e alunos dos campi da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru e Marília, interior de São Paulo, participaram de protestos nesta quarta-feira. Em Marília, a portaria do campus foi fechada por servidores e alunos, que impediram o tráfego de veículos e a entrada de professores e estudantes. O piquete se estendeu ao logo do dia e os manifestantes permaneceram no local até a noite. Em Bauru, os servidores fizeram uma passeata por duas horas pelas ruas do centro da cidade.

Em Marília, a portaria do campus foi fechada por servidores e alunos
Em Marília, a portaria do campus foi fechada por servidores e alunos
Foto: Chico Siqueira / Especial para Terra

Segundo Alberto de Souza, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Unesp (Sintunesp), a greve dos servidores que teve início em 11 de maio, atinge 11 dos 23 centros e unidades experimentais que a universidade possui em todo Estado. De acordo com o sindicato, cerca de 60% dos 5,8 mil servidores da Unesp estão com os braços cruzados. Eles reivindicam reajuste salarial de 16% e pagamento de uma parcela mensal fixa de R$ 200. As negociações com o governo estão paralisadas.

O piquete em Marília começou por volta das 7h, quando cerca de 150 servidores e alunos bloquearam o trânsito e a entrada de estudantes e professores pelo portão e na rua de frente da principal entrada do campus. Os servidores receberam ajuda de estudantes dos cursos de pedagogia e ciências sociais, que protestam desde o dia 20 de maio contra a decisão da Unesp de terceirizar o restaurante universitário do campus. Cerca de 50 estudantes invadiram a sala e o saguão da diretoria e dormem no local desde a noite de segunda-feira.

"Vamos ficar lá na sala da diretoria até ela deixar essa ideia de terceirização de lado e cumprir a promessa feita pela reitoria de que o restaurante vai ser tocado pela Unesp com funcionários dela", disse o estudante Antonio Augusto Quiozini, da comissão de alunos. Segundo ele, a Unesp quer terceirizar o funcionamento do restaurante no horário noturno, ao contrário da promessa feita pela reitoria em 2009. Com a terceirização, os estudantes temem pela queda da qualidade do serviço e do aumento do preço da refeição, hoje em R$ 2,50. De acordo com Quiozini, alunos e diretores vão se reunir na semana que vem para tentar um acordo.

Em Bauru, a passeata, segundo o comando de greve, reuniu cerca de 300 servidores da Unesp e também da Universidade de São Paulo (USP), que possui a faculdade de odontologia na cidade. A manifestação saiu às 10h da praça Rui Barbosa, a principal da cidade. Depois de passar rua 1º de Agosto e entrar pela Batista de Carvalho (duas das principais ruas do centro da cidade), a passeata voltou à praça, duas horas depois. Durante todo o percurso, os servidores, carregando cartazes, discursaram em alto-falante e distribuíram panfletos com uma carta aberta para alertar a população para a greve.

"Não estamos reivindicando um reajuste, na verdade trata-se de uma reposição de parte das perdas que tivemos nos últimos anos", disse Souza. Segundo ele, os 16% que os servidores reivindicam são formados pelas perdas da inflação de abril de 2009 a maio de 2010 e mais de 10% dos 35% de perdas salariais que os trabalhadores tiveram nos últimos anos. Já a parcela de R$ 200, segundo ele, foi promessa feita pela reitoria da Unesp quando da greve de 2007.

Fonte: Especial para Terra
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