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GO: MPE investiga caso dos 12 mil livros jogados em lixão

23 mar 2010 - 13h34
(atualizado às 15h10)
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Márcio Leijoto
Direto de Goiânia

O Ministério Público Estadual (MPE), a Polícia Civil e a Secretaria Estadual de Educação (SEE) de Goiás começaram a investigar nesta terça-feira, como cerca de 12 mil livros didáticos e paradidáticos e fitas educativas em VHS, novos e usados, foram abandonados no lixão de Iporá (GO), a 220 km de Goiânia no último fim de semana. O material pertencia à Subsecretaria Estadual de Educação - Regional Iporá, segundo informa a SEE.

O responsável pelo descarte deverá ser autuado e punido por crime de improbidade administrativa, já que mesmo se estivessem desatualizados os livros deveriam ter tido outra destinação. "Em caso de livros desatualizados, são doados para instituições filantrópicas. Os paradidáticos são recuperados e entregues a bibliotecas", disse a secretaria estadual de Educação, Milca Severino.

A polícia tem informação de que muitos livros eram novos e alguns nem chegaram a ser abertos. Poderiam estar nas salas de aula das escolas públicas da região. Entre os exemplares, havia livros do Instituto Ayrton Senna usados na alfabetização de crianças, livros do programa Acelera Brasil, do Governo Federal, e dicionários.

Além do material didático, foram encontrados no lixão documentos referentes a funcionários das escolas estaduais, da subsecretaria regional, formulários de conclusão de cursos em branco e milhares de cartões de identificação de estudantes.

A denúncia foi feita ontem por funcionários do lixão à Câmara de Vereadores. O material teria sido descartado por dois caminhões da Prefeitura de Iporá em duas viagens a pedido da subsecretaria.

Em coletiva na manhã de hoje, Milca afirmou que o órgão vai identificar e responsabilizar quem estiver envolvido com o descarte do material e que haverá punições. "Existe uma legislação federal que determina o caminho destes livros e são feitos cursos frequentemente explicando isso. O último foi em dezembro. Então todos estavam informados, não há como admitir uma falha dessas por um servidor público", disse.

A sindicância aberta pela SEE tem 15 dias para ser concluída. Quem for responsabilizado pelo crime poderá ser exonerado, segundo Severino. Ela não soube informar se o material que foi levado ao lixão poderá ser reaproveitado. Uma equipe da Polícia Militar vigia o local para impedir que os livros sejam removidos sem autorização legal.

A reportagem não conseguiu falar com a responsável pela subsecretaria, Joselina Duarte. A Prefeitura informou que não tinha conhecimento do material e que apenas atendeu a um pedido da subsecretaria.

 Os livros foram parar no lixão, em Iporá (GO)
Os livros foram parar no lixão, em Iporá (GO)
Foto: Ricardo Rafael/O Popular / Futura Press
Fonte: Especial para Terra
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