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'Não queríamos construir mártires', diz PM após ação do Choque na Unesp

Estudantes acusam a PM de truculência durante a ação de reintegração de posse. Pelo menos 119 pessoas foram levadas à delegacia

17 jul 2013 - 12h42
(atualizado às 13h28)
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Após a ação da Tropa de Choque da Polícia Militar, que cumpriu mandado judicial de reintegração de posse da reitoria da Universidade Estadual Paulista (Unesp), na região central de São Paulo, o coronel Reynaldo Simões Rossi, responsável pelo policiamento da região, afirmou que, se houve violência na ação da corporação, o fato será apurado. Segundo ele, o mandado foi cumprido com sucesso.

A ação do Choque foi realizada no fim da madrugada desta quarta-feira e resultado na retirada de 118 estudantes que ocupavam o prédio da reitoria da universidade. Os jovens foram levados ao 2º Distrito Policial, no centro da capital paulista, onde foram registrados. De acordo com a corporação, as autoridades policiais irão apurar os fatos com a ajuda de câmeras do circuito interno e externo da universidade.

"Se realmente aconteceu (excesso de violência), vamos apurar. É um momento tenso. Nossa maior preocupação era preservar a integridade deles (estudantes). Não queríamos construir mártires. Tínhamos que cumprir o mandado judicial e os jovens optaram por não entrar em consenso", afirmou o coronel Reynaldo.

De acordo com o responsável pelo policiamento no centro da cidade, três barreiras foram rompidas para que a Tropa de Choque chegasse até a sala onde estavam os estudantes, entre elas uma porta de vidro, uma de madeira e uma barreira feita pelos próprios universitários com armários e cadeiras.

"Isso foi necessário para alcançarmos os jovens. Houve rompimento de uma tranca no térreo e uma porta no mesmo local. O mandado permitia esse tipo de ação e era natural que os jovens dificultassem o ingresso. Eles tentaram dificultar com armários e outros imóveis", contou.

Diferente do que os alunos da Unesp afirmaram após a reintegração, o coronel disse que houve depredação do prédio da reitoria por parte dos estudantes. Segundo Reynaldo, além de pichações nas salas, foram quebrados móveis e extintores de incêndio. Com isso foi registrado um Boletim de Ocorrência por dano, resistência e invasão de propriedade contra os estudantes.

"Quero deixar claro que a atuação da polícia se deu em virtude do cumprimento de um mandado judicial. A ação foi bem sucedida graças a um conjunto de fatores, conseguimos dar cumprimento a essa ordem judicial e conseguimos restituir o imóvel e permitir que esses jovens pudessem ser retirados sem que houvesse episódios de lesão, acidentes. A Tropa de Choque foi hábil", completou Reynaldo.

O coronel disse ainda que não houve registro de policiais e manifestantes feridos. "Houve apenas uma moça com mal súbito e a mantivemos na área de intervenção de unidades de resgate. Ela foi removida para Santa Casa e voltou a tempo de integrar o movimento", explicou.

Para realizar o mandado de reintegração foram enviados 184 policiais em 49 viaturas, além da ajuda da Tropa de Choque, agentes de trânsito, bombeiros e policiamento de área.

Ocupações da reitoria

A reitoria da Unesp já havia sido invadida no final de junho. Estudantes desocuparam o prédio da reitoria após negociação em que a universidade se comprometeu a garantir o aumento de bolsas permanência e o auxílio-aluguel destinado aos alunos de baixa renda. Ficou definida, na época, a elaboração de um plano de obras para a construção de moradias e restaurantes universitários para os campi que não dispõem dessa infraestrutura, além de reforma e ampliação nas moradias já existentes. 

Alunos e professores de 14 das 34 unidades da Unesp fazem greve parcial desde o mês passado para cobrar melhorias na estrutura e reajuste salarial.

Fonte: Terra
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