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Nada de chateação: grupo de WhatsApp dá tranquilidade a pais

Conversas em grupos através do aplicativo se tornam meio de comunicação entre mães e pais

31 mar 2015 - 10h42
(atualizado em 2/4/2015 às 17h13)
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Nada de bilhetes na agenda ou reunião de pais - a moda agora, entre quem tem filhos no mesmo colégio, é se comunicar por meio de redes sociais como o Facebook e por aplicativos de troca de mensagens, como o WhatsApp. De temas de estudo a eventos da escola, passando até pela troca de uniformes, tudo é discutido no ambiente virtual. 

WhatsApp | Foto: Getty
WhatsApp | Foto: Getty
Foto: BBC Mundo / Copyright

As pautas do grupo de WhatsApp das mães do 2º ano do ensino fundamental do Colégio Farroupilha, de Porto Alegre, dão uma medida de quão variados são os temas tratados nesses grupos. “A maioria dos assuntos tem a ver com os nossos filhos, mas a gente fala de tudo! Nas eleições, rolou muito papo eleitoral. Nas manifestações também, quem ia, quem não ia”, explica Daniela Cidade, jornalista e mãe da Sofia, 7 anos. "Esses dias, discutíamos se o recreio deveria ser livre ou se a escola deveria propor brincadeiras, como era no ano passado", diz. Um piquenique também foi organizado com ajuda do aplicativo.

O grupo começou com as mães do 1º ano em abril de 2014 e continua ativo, conforme o progresso da vida escolar das crianças. Hoje, todas as 24 mães da turma fazem parte do grupo. “Foi o tempo de iniciar o primeiro ano e nos conhecermos melhor. Logo, alguém já se organizou e hoje sem dúvida é o principal meio de comunicação. Eu, por exemplo, raramente levo minha filha na escola, passo semanas sem colocar o pé na escola e acabo sempre sabendo de tudo, continuo informada.”

O que é falado no grupo dá conta e vai além do conteúdo oferecido pelas escolas oficialmente, seja pelo site ou pela página em redes sociais como o Facebook. "O grupo centraliza as informações que mais importam”, diz Ana Erthal, que é mãe, participa de um grupo no WhatsApp pra discutir os assuntos referentes à filha no 5º ano do Colégio Nossa Senhora das Graças, em Nova Friburgo (RJ), e é professora de Entretenimento Digital da ESPM Rio e doutoranda em novas tecnologias da comunicação pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). "Tínhamos um grupo no Facebook, mas a partir do momento que passamos a usar o WhatsApp, o Facebook morreu", afirma.

Ana lembra que o grupo também ajuda os pais a terem uma visão mais ampla da vida do filho na escola. Antes desse recurso, as histórias sempre chegavam aos pais única e exclusivamente pelos filhos. No grupo, outras versões da mesma história aparecem e permitem que o pai perceba as nuances de uma história, o que o filho preferiu não contar e ao que deu mais atenção.

Grupos mistos

Em um dos grupos de mães dos quais Janaína Teixeira, consultora na área de recursos humanos e mãe de Joana, 6, e Joaquim, 3, participa, são aceitas mães com filhos de todas as idades, mas sempre da mesma escola. "Tenho amiga que tem filho no colegial e a minha está na educação infantil. É interessante porque vou passar por todas as coisas que ela já passou", diz Janaína. A iniciativa também rendeu economia, já que mães de diferentes anos trocam uniformes entre si. "Combinamos tudo pelo WhatsApp", afirma.

Foi pelo aplicativo que Janaína também conseguiu dar apoio a uma mãe que tinha matriculado as três filhas na escola. Ela foi logo incluída no grupo de WhatsApp e passou a ter acesso a preciosas dicas que agilizaram a integração das meninas.

Laços

“Com o grupo, comecei a ver que tinha muita coisa em comum com outras mães - afinal, temos filhos que não só tem a mesma idade, como estudam juntos na mesma escola. Fomos nos aproximando”, reforça Alessandra Herszkowicz Collodoro, empresária e mãe da Pietra, 2 anos, que estuda no Colégio Evolve, em São Paulo.

Por enquanto, o assunto ainda é os filhos. “O foco tem sido as crianças, a própria escola, a nossa troca de experiências dentro e fora da escola e muita coisa em comum com relação as crianças", diz. "Tenho certeza que isso ainda vai mudar bastante e entraremos em assuntos mais variados”, estima.

Segundo Alessandra, o grupo surgiu quando duas mães enviaram bilhetes na agenda propondo a criação de um grupo para facilitar a interação entre os pais. “Foi uma adesão em massa, todas acharam a ideia muito válida e no dia seguinte ao bilhete, a gente já tinha criado o grupo”, conta. São 16 mães na turma e todas estão no grupo. “É um grupo bem intenso, mais até que grupos que tenho com a minha família. Vira quase um grupo de terapia”, confessa.

Confusão virtual

Mas nem tudo são flores no clubinho virtual de pais. A mãe de dois alunos de uma escola de educação infantil de Porto Alegre lembra de um caso de briga entre pais pelo WhatsApp. Durante os preparativos da formatura nessa pré-escola, uma das mães decidiu que o filho não participaria da festa e deu a entender que as outras mães eram fúteis por topar fazer a cerimônia. "Teve bate boca no WhatsApp e algumas mães acabaram saindo do grupo, foi um escândalo”, lembra essa mãe. 

Fonte: Especial para o Terra
Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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