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MG: em greve de fome há 9 dias, professores cobram reajuste

MG: em greve de fome há 9 dias, professores cobram reajuste

27 set 2011 - 17h53
(atualizado às 18h05)
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Ney Rubens
Direto de Belo Horizonte

A greve de fome de dois professores estaduais de Minas Gerais completou nove dias nesta terça-feira. Os educadores Marilda de Abreu Araújo e Abdon Geraldo Guimarães estão acampados dentro da Assembleia Legislativa ingerindo apenas água e dizem que não vão ceder até que o governo cumpra com a Lei Nacional do Piso, que determina o pagamento de R$ 1.187 de vencimento básico.

Com uma aparência que estampa o cansaço após nove dias sem alimentação, Marilda conta que apesar de tudo a saúde ainda está boa. "Hoje a gente começou a sentir uma fraqueza, um pouquinho de dor na perna, mas o médico já passou por aqui e a gente ainda consegue resistir algum tempo".

Com seus 32 anos de ensino na rede estadual, Marilda diz que já passou por várias greves no Estado, mas que em nenhum o governo foi tão intransigente quanto nesta. "É a primeira vez que a gente vê um governo do Estado tão insensível com relação à educação", afirma a professora. E é isso que ela disse ser o principal motivador para continuar em greve de fome por tanto tempo.

Apesar das acusações contra o governo, diz que têm sido tratada com respito durante os dias de permanência na Assembleia Legislativa. "A gente tem muito a agradecer, principalmente à segurança da Assembleia Legislativa, que tem dado todo o apoio", diz. Os dois professores afirmam que somente encerrarão a greve de fome quando o governador resolver negociar ou quando a greve tiver o seu fim.

Cerca de 300 professores permanecem acampados nesta tarde em frente à casa legislativa e exigem o aumento do piso salarial. De acordo com o sindicato da categoria, a instrução é para que a greve continue até que seja cumprido pelo governo mineiro o piso salarial determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

STF considera paralização ilegal

Na segunda-feira, o STF indeferiu o pedido de liminar do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação em Minas Gerais (Sind-Ute) solicitando a suspensão da decisão do desembargador Roney Oliveira, do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-MG), que considerou ilegal a paralisação. O TJ-MG havia determinado o imediato retorno dos servidores às salas de aula sob pena de multas que variam de R$ 20 mil a R$ 50 mil por dia não trabalhado.

O Sind-Ute informou que vai recorrer da decisão do STF. Os professores estaduais estão em greve há 112 dias.

Acampados na Assembleia Legislativa, dois professores fazem greve de fome há 9 dias
Acampados na Assembleia Legislativa, dois professores fazem greve de fome há 9 dias
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Fonte: Especial para Terra
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