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Maioria dos jovens brasileiros discrimina homossexuais, diz estudo

15 mai 2012 - 13h32
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Um estudo coordenado pela pesquisadora Miriam Abramovay apontou que 45% dos alunos e 15% das alunas não queriam ter colegas homossexuais. Miriam, que é coordenadora da área de Juventude e Políticas Públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), afirma que a maioria dos jovens brasileiros ainda tem atitude bastante preconceituosa em relação à orientação e práticas não heterossexuais. A pesquisadora participou do 9º Seminário Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), realizado na Câmara dos Deputados.

Em 2010, Marina Reidel (dir.) recebeu prêmio nacional por promover a diversidade sexual na escola, em Brasília (DF)
Em 2010, Marina Reidel (dir.) recebeu prêmio nacional por promover a diversidade sexual na escola, em Brasília (DF)
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação

Segundo ela, o jovem brasileiro tem menos vergonha de declarar abertamente esse preconceito contra homossexuais do que de declarar a discriminação contra negros.

Conforme Miriam, esse preconceito se traduz em insultos, violências simbólicas e violência física contra os jovens homossexuais. Ela destaca que se trata de violência homofóbica, por parte de toda a sociedade, inclusive de familiares, e não apenas bullying (que é a violência entre pares). De acordo com a pesquisadora, essa violência gera sentimentos de desvalorização e sentimentos de vulnerabilidade nos jovens homossexuais.

Segundo a pesquisadora, há casos, inclusive, de jovens que abandonam a escola por conta dessa violência. "Os adultos da escola não se dão conta disso, porque na escola em geral reina a lei do silêncio", aponta. Ela destacou, ainda, que não há estudos no Brasil sobre homofobia na infância, apenas na juventude.

Para a professora da Universidade de Brasília Maria Lucia Leal, as ações de enfrentamento da violência e preconceito contra homossexuais ainda são muito fracas, especialmente na escola. "A sexualidade ainda é tabu, seja para adultos, seja para crianças e adolescentes, e a hipocrisia ainda é uma realidade estruturante no debate sobre a sexualidade", disse. Maria Lucia, que é coordenadora do Grupo de Pesquisa sobre Violência, Tráfico e Exploração Sexual de Crianças, Adolescentes e Mulheres, ressaltou que, no século 19 e até meados do século 20, o homossexualismo foi considerado uma doença.

Diante desses fatos, a deputada Erika Kokay (PT-DF) apontou como urgente que o governo retome o projeto Escola sem Homofobia.

Fonte: Agência Câmara
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