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Intercâmbio: cresce interesse de adultos em cursos fora do País

11 mar 2012 - 17h44
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Aos 70 anos, Ilse Mancuso vai para Malta estudar. Com passagem marcada para abril, planeja ficar 14 dias na ilha tendo aulas de inglês e participando de passeios por pontos turísticos da região. A ideia de realizar um intercâmbio na fase adulta vem crescendo e entrando na lista de sonhos sem idade limite para realizar. A gaúcha vai se hospedar na casa de uma família. "Eu quero conhecer o dia a dia deles. Sou uma aventureira", diz.

Os motivos que levam adultos a buscar algo além dos tradicionais roteiros são os mais variados - vão de emprego a sonhos antigos. Arranjar tempo, no entanto, nem sempre é fácil. "Eles costumam viajar para realizar cursos voltados a sua área ou, então, quando estão em período de transição de carreira", conta a gerente de produto da EF Cursos no Exterior, Ana Luiza Purchio. No caso de Ilse, cujo intercâmbio vai se somar a outras experiências no exterior, os planos vêm acompanhados do desejo de melhorar o inglês e conhecer a cultura local. "Nas excursões, a gente vê as coisas muito superficialmente", avalia.

O crescimento na procura por programas voltados a adultos abriu um nicho no mercado de intercâmbio. Hoje, já existem escolas que recebem apenas intercambistas adultos. "Dessa maneira, eles se aproximam de pessoas da idade deles. Não vão ter aulas com alunos de 16 anos", garante Ana Luiza. Dentro da proposta da agência, é possível se programar para ficar de 14 dias a um ano, tendo aulas voltadas à prática da língua local ou negócios. Entre as opções oferecidas, estão cursos de desenvolvimento de carreira internacional, inglês no universo jurídico e marketing e business.

A gerente de produto garante que os programas voltados à conversação ainda são os mais procurados. "A maioria precisa do idioma no currículo. Há casos em que a pessoa não consegue uma promoção apenas por conta desse fator. Além disso, uma vivência internacional conta muitos pontos para o profissional", avalia.

Degustação de vinhos e aulas de culinária

A carga horária das aulas pode variar. Normalmente, no caso do curso normal, os alunos cumprem 26 horas, podendo subir para 32 se a escolha for pelo modo intensivo. Menos horas em sala de aula garantem mais tempo para conhecer os pontos turísticos do local, e a decisão quanto aos passeios fica a cargo do intercambista. "Temos um cronograma de várias atividades para o tempo livre, mas cada um escolhe o que vai fazer. Eles são independentes", diz Ana Luiza. Entre os programas previstos, estão degustação de vinho e cerveja, aulas de culinária, visita a empresas e participação em grupo de debates sobre assuntos profissionais.

Algumas semelhanças com os intercâmbios de adolescentes se preservam. Entre elas, estão as possibilidade de acomodação: casa de família, residência estudantil ou hotel, a opção mais cara. Professor do curso de Letras da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Gilson Magno optou pela residência estudantil. Aos 54 anos, ele ficou 15 dias em Oxford, na Inglaterra, participando do curso International Language Schools Professional (ILSP), somente para alunos acima de 25 anos. O objetivo era aprimorar os conhecimentos em inglês. "Realizei o intercâmbio por questões culturais. Também tenho muitas leituras em língua inglesa", afirma. O professor conta que, no tempo livre, se programava para conhecer o local.

Gilson diz ter gostado tanto da experiência - seu primeiro intercâmbio - que já planeja uma segunda viagem. A ideia, agora, é passar um tempo na África do Sul. Para ele, a maturidade ajudou a aproveitar ainda mais o período longe de casa. "Além de ter sido uma experiência paga e planejada por mim, sem a ajuda dos pais, como acontece com os adolescentes, eu já sabia o que queria, o motivo pelo qual estava ali. Isso foi decisivo", garante.

No caso de Ilse, que se prepara para emendar o intercâmbio a um tour pela Europa com as irmãs, o momento é de expectativa. "Eu não conhecia nada sobre Malta. Quando pesquisei na internet, me apaixonei. Eu disse 'vai ser lá!'", conta. As filhas, que viajaram aos 18 anos, foram as grandes motivadoras. "Essa experiência só vai trazer coisas boas. Viajar é tudo! Felizmente surgiu essa oportunidade. Agora é a hora de fazer aquilo o que eu sempre sonhei", empolga-se.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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