Finlândia, Canadá, Nova Zelândia e Austrália não estão mais entre os 10 melhores sistemas de ensino do mundo, de acordo com os resultados do Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), realizado entre 2 e 31 de maio 2012. Taiwan, Macau, Liechtenstein e Suíça entraram na lista, que segue liderada por Xangai pela segunda vez consecutiva. Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgados em novembro, 510 mil estudantes testaram seus conhecimentos e habilidades no último ano, com enfoque na matemática - a cada três anos, o exame destaca uma área do conhecimento; as outras duas são leitura e ciências. O objetivo de focar em uma área é descobrir informações mais aprofundadas dos alunos, como quantas horas dedicam à disciplina, qual a importância que atribuem a ela e em que contexto escolar está sendo ensinada. A amostra de estudantes representa os 28 milhões de jovens com idade de 15 anos, faixa etária em que as etapas obrigatórias de ensino já foram concluídas na maioria dos países do mundo. São avaliados os 34 países membros da OCDE e convidados que, juntos, somam 65 países ou economias fortes como Hong Kong, Macau, Xangai e Taiwan. A avaliação consiste em um teste de duração de duas horas, com questões de diversas dificuldades, de múltipla escolha e dissertativas. A pontuação do estudante é calculada não só pelo número de acertos, mas também pelo nível de dificuldade de cada questão respondida corretamente. Em entrevista exclusiva ao Terra, o analista e representante da OCDE na América Latina Guillermo Montt afirma que as três competências cobradas no Pisa são fundamentais para a transição dos estudantes como adultos, cidadãos e trabalhadores, mas acredita que prova ainda precisa acessar outros domínios como solução de problemas, alfabetização financeira e digital. “No Pisa 2015, vamos avaliar a resolução de problemas colaborativos, reconhecendo que a interação com outros na resolução de problemas também é uma importante habilidade. Pensando em 2018, estamos explorando avaliar ainda outros domínios, sempre reconhecendo que matemática, leitura e ciências são uma parte das habilidades que os sistemas escolares promovem no desenvolvimento dos estudantes.” Reconhecer o professor como parte essencial no processo de aprendizagem, ter convicção de que os estudantes podem alcançar os mais altos níveis, admitir que alunos em desvantagens precisam de recursos extras com profissionais capacitados e oferecer autonomia às escolas nas decisões são as principais atitudes dos países líderes no Pisa 2012, segundo Montt.