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Segunda Guerra Mundial: o isolamento da Inglaterra

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Voltaire Schilling

Rei George VI e Rainha Elizabeth verificam os danos ao Palácio de Buckingham após bombardeio alemão a Londres durante a Segunda Guerra Mundial
Rei George VI e Rainha Elizabeth verificam os danos ao Palácio de Buckingham após bombardeio alemão a Londres durante a Segunda Guerra Mundial
Foto: Getty Images

A situação da Inglaterra nos anos 1940/1941 era de quase total isolamento. Sua poderosa esquadra havia dissuadido Hitler de invadi-la, levando-o a adotar a estratégia da guerra aérea e submarina. H. Güring, supremo comandante da Luftwaffe, foi o responsável pelas operações de bombardeamento de Londres e outras cidades industriais.

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Inicialmente procuraram atingir alvos estratégicos, mas a situação evoluiu para um bombardeio indiscriminado contra a população civil (Conventry). As bases alemãs estavam assentadas nos Países Baixos e na França conquistada. Ao cessarem bombardeio, os alemães propiciaram a que a RAF (Royal Air Force, a força aérea real britânica) se recuperasse, passando a infringir pesadas perdas aos seus aviões - o radar, um invento que somente os ingleses tinham, muito os auxiliou na luta. Em 1940, a Luftwaffe perdeu 1.733 aparelhos, tendo cada vez mais dificuldades em obter pilotos adestrados.

A situação da Inglaterra conhece verdadeiro alívio quando Hitler resolve invadir a União Soviética, em junho de 1941, sendo obrigado a desviar o esforço de guerra para o fronte oriental. Mesmo assim, nestes dois anos críticos, a Inglaterra vê cair sobre suas cidades mais de 58 mil toneladas de bombas.

Paralelamente aos ataques aéreos, a Grã-Bretanha foi submetida ao cerco pelos submarinos. Em 1939, os ingleses haviam perdido 810 mil toneladas de barcos, afundados, número que no ano seguinte aumentou para 4 milhões e meio, atingindo o máximo de perdas em 1942, quando mais 8 milhões de toneladas foram postas a pique pelos torpedos alemães.

Hilter escolheu a guerra submarina devido à inferioridade numérica da esquadra alemã. Com ela, ele tentava reeditar o Bloqueio Continental ordenado por Napoleão. Isolando a Inglaterra de suas colônias, esperava secar as fontes de abastecimento em matérias-primas e alimentos, necessárias ao esforço de guerra.

Desta forma, usava a estratégia do ataque indireto visando à neutralização e submissão da Inglaterra. No entanto, com a entrada dos Estados Unidos no conflito, a partir de dezembro de 1941, esta política não se concretizou. Imensos comboios passaram a atravessar o Atlântico apoiados pela esquadra anglo-americana.

A invenção do sonar e a construção de destroiers aperfeiçoaram a caça de submarinos. Se em 1940 apenas 22 submarinos haviam sido destruídos, o número aumentou para 35 no ano seguinte, 85 em 1942, chegando ao auge em 1943, quando 287 submarinos foram postos fora de combate.

Esta política da guerra submarina terminou por levar os alemães a realizarem ataques indiscriminados a navios mercantes, mesmo àqueles de países que ainda permaneciam neutros. O Brasil teve vários barcos torpedeados, a maioria no Atlântico Sul, o que acabou por forçar a entrada de Getúlio Vargas no conflito.

Conclusões da 1ª fase (de setembro de 1939 a junho de 1941)
A guerra, que começou com o conflito germano-polonês em setembro de 1939, tornou-se, 22 meses depois, um combate generalizado, envolvendo todas as nações da Europa Ocidental. Permaneceram neutros a Suécia, a Suíça e os países ibéricos. Ao término desta fase, o sucesso de Hitler era evidente: suas forças haviam submetido oito países, perfazendo o controle de mais de um milhão e meio de km2, com uma população de mais de 100 milhões de indivíduos.

O poderio francês havia sido varrido em pouco mais de um mês e a Inglaterra achava-se na defensiva. O controle territorial partia das margens polares da Noruega, englobando boa parte do Mediterrâneo. Contando os territórios da Alemanha, da Áustria, da Tchecoslováquia e mais as áreas dominadas, chegava-se a um total de 2,3 milhões de km2, com uma população de mais de 250 milhões. Os alemães passaram usufruir de recursos industriais e agrícolas de França, Bélgica e regiões orientais da Europa. Dominados, como a Iugoslávia, ou aliados, como a URSS, permaneciam neutros, fazendo com que o domínio alemão fosse inconteste.

Suas forças armadas tornaram-se calejadas, mais de 10 milhões de homens haviam sido mobilizados, dotados de modernos equipamentos, baseando a estratégia em uma poderosa e ágil força blindada. O moral das tropas era elevadíssimo, criando-se o mito da insensibilidade do exército alemão: a mais poderosa máquina de guerra que o mundo havia visto. Todos estes fatores criaram um clima otimista para Hitler dar início à segunda fase do conflito: a invasão da União Soviética (URSS) - que seria a sua tumba.

Fonte: Especial para Terra
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