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Haddad aposta em 'resgate de valores' para melhorar educação em SP

A nova proposta para a educação na rede municipal vai passar por consulta pública e deve entrar em vigor em 2014

15 ago 2013 - 12h32
(atualizado às 12h38)
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O prefeito acredita que as mudanças vão ajudar a melhorar os indicadores de educação na capital
O prefeito acredita que as mudanças vão ajudar a melhorar os indicadores de educação na capital
Foto: Marcos Bezerra / Futura Press

O prefeito de São Paulo Fernando Haddad lançou um novo plano de educação na capital paulista na manhã desta quinta-feira com o intuito de "resgatar valores antigos". De acordo com o petista, o acompanhamento diário por parte da família do aluno será essencial para que essas mudanças no ensino municipal surtam efeito o quanto antes. As mudanças terão início em 2014 e a administração municipal espera que na Prova Brasil de 2015 os resultados já apareçam.

Entre os principais conceitos do novo plano está a divisão dos nove anos do ensino fundamental em três ciclos: ciclo de alfabetização (1º ao 3º), interdisciplinar (4º ao 6º) e autoral (7º ao 9º). Com isso o aluno não passará de uma única professora generalista para uma série de especialistas de um ano para outro. A transição será gradativa dentro dos ciclos. Além disso, haverá exigência de realizações de provas bimestrais, boletins com notas de zero a dez, relatórios de acompanhamento e lição de casa. Haddad anunciou também a criação da recuperação intensiva nas férias e período letivo, além de dependências nos 7º e 8º anos, caso o aluno não evolua em determinada disciplina.

"Existem coisas antigas e boas que são resgatadas e coisas novas e boas que estão sendo incorporadas, como a universidade dentro dos CEUs e a escola de dois turnos tb. Mas há coisas antigas e boas que precisam ser resgatadas, como a questão do acompanhamento do aluno", disse Haddad.

Segundo o prefeito, o modelo antigo, em que os pais recebiam uma avaliação do aluno apenas após quatro anos, é falho. "A avaliação tem que ser quando se faz, o acompanhamento tem que ser praticamente diário, com provas bimestrais, boletim. É uma questão de valores. Os pais precisam estar informados sobre isso porque você está formando personalidades", completou.

Quando questionado sobre o que se pretendia com o novo formato da educação na cidade de São Paulo, o prefeito afirmou que o principal ponto é entender a educação como um todo. "Temos que expor toda cidade a mais educação. Entendemos que o problema de São Paulo é a baixa exposição da comunidade paulistana à educação. É a educação que envolve esporte, cultura, valores de cidadania, democracia. Para nós, o Mais Educação é a ampliação dos CEUs, a valorização do educador e das famílias", explicou..

Outro ponto destacado por Haddad é o fim da chamada aprovação automática. O prefeito fez questão de citar alguns números mostrando o problema com o antigo modo de ensino. "A aprovação automática era a razão pela qual 38% dos alunos chegavam aos 10 anos sem ler e escrever e São Paulo figura em 35° lugar na região metropolitana. Precisamos introduzir o acompanhamento do aluno, tudo isso significa que não pode deixar as coisas sem acompanhamento diário para cobrir as deficiências. Hoje estamos deixando tudo para o final e não tem como recuperar".

Em relação à transição das escolas para o novo método, Haddad afirmou que não haverá problemas. A ideia é implantar o novo modelo no próximo ano. "Vamos dar um espaço para as escolas se adaptarem. O ciclo de alfabetização dá para ser implantado imediatamente, mas transição do 5° para o 6° ano vai exigir mais esforço porque é uma mudança mais delicada", disse.

A administração municipal acredita que a reestruturação na educação fará diferença e dará resultados rápidos. "Essa rede é impressionante no ponto de vista do vigor. Tem muita energia e tem condição de responder ao desafio. O que queremos é voltar a cumprir meta no Ministério da Educação", disse.

O secretário municipal de Educação acredita que o novo modelo mudará o ensino em São Paulo e foi categórico ao afirmar que quem não estudar não vai para frente. "(O atual modelo) É um fracasso escolar disfarçado. O que pretendemos é tomar um conjunto de providências em que a necessidade seja atendida imediatamente. Acreditamos que haverá muito mais aprendizado, mais disciplina de estudo. Eles vão saber que terão prova de dois em dois meses e se não estudar não vai pra frente. Mas se tem dificuldade temos obrigação de apoiar".

Fonte: Terra
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