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'Grande pensadora', Popozuda quer conhecer professor do DF

15 abr 2014 - 07h59
(atualizado às 08h05)
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Após a polêmica, a Valesca  postou uma foto em seu Facebook lendo um livro e falando do preconceito com o funk
Após a polêmica, a Valesca postou uma foto em seu Facebook lendo um livro e falando do preconceito com o funk
Foto: Facebook / Reprodução

A funkeira Valesca Popozuda declarou que deseja conhecer o professor Antonio Kubitscheck, que aplicou uma questão no Centro de Ensino Médio 03 de Taguatinga, no Distrito Federal, na qual a cantora é chamada de “grande pensadora contemporânea”. A informação foi publicada nesta terça-feira pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.

"Pretendo conversar com esse homem corajoso e dizer que admirei a audácia dele", disse Valesca. A data para a visita já até foi escolhida e será no dia 25 de maio, quando a cantora deverá fazer um show em Brasília. "Quero assistir a uma aula dele. Quem sabe vou treinando para daqui um tempo realmente virar uma pensadora (risos)", completou a cantora.

Questão polêmica

A questão polêmica aplicada por Kubitscheck estava em uma prova de filosofia e fazia referência à música “Beijinho no ombro”, sucesso de Valesca.

“Segundo a grande pensadora contemporânea Walesca (sic) Popozuda, se bater de frente”, diz a pergunta. Entre as alternativas, o aluno deve escolher entre “É só tiro, porrada e bomba”, “É só beijinho no ombro”, “É recalque” ou “É vida longa”.

Uma fotografia da prova foi compartilhada nas redes sociais e ganhou destaque na imprensa. Após a repercussão, o professor resolveu se explicar e disse que a atitude não teve a intenção de provocar discussões sobre métodos educacionais, e seria um teste para verificar a atuação da imprensa e se ela dá destaque às atividades escolares em momentos positivos ou negativos.

Na prova, alunos tiveram que responder sobre a "grande pensadora contemporânea" Valesca Popozuda
Na prova, alunos tiveram que responder sobre a "grande pensadora contemporânea" Valesca Popozuda
Foto: Reprodução

"Tivemos um debate em sala de aula sobre a formação moral, a formação dos alunos, e veio a discussão de como a imprensa participa desses novos valores que vão surgindo. Isso gerou polêmica, e resolvi testar. Há 15 dias tivemos uma exposição fotográfica com fotos tiradas pelos alunos, e a imprensa não veio participar. Resolvi então colocar na minha prova uma questão que gerasse polêmica e chegasse na rede social, que aí, em algum momento, um órgão da imprensa iria pegar", relata.

Em sua rede social, a funkeira postou um comentário no qual diz que se o professor tivesse usado um trecho de qualquer outro gênero musical, talvez o assunto não tivesse ganhado tanto destaque. "E se fosse MPB ou uma música americana, que tanto é valorizada por nós? Será que daria a mesma polêmica?", questiona.

Em outro trecho, ela comenta. "Me espanta mesmo é todo mundo se preocupar com uma única questão da prova, sem analisar os termos por trás disso tudo (E se o professor colocou a questão dentro do contexto da matéria? E se o professor quis ser irônico com o sucesso das músicas de hoje em dia?)"

O uso de músicas em provas é um recurso que tem sido adotado com regularidade. A última prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) trouxe letras do músico Gabriel, O Pensador, e da banda Titãs. Também no ano passado, a Universidade de Brasília incluiu o hit Camaro Amarelo, da dupla sertaneja Munhoz & Mariano, e o rap Vida Loka Parte II, dos Racionais MC, na lista das obras musicais da matriz que poderia ser cobrada na primeira etapa do Programa de Avaliação Seriada.

Fonte: Terra
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