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Governo vive na 'Ilha da Fantasia', diz sindicato dos professores do RS

14 mar 2012 - 18h23
(atualizado às 19h46)
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Marcus Bruno
Direto de Porto Alegre

Professores de Curitiba (PR) sairam às ruas nesta quarta-feira para protestar por mais investimento na educação
Professores de Curitiba (PR) sairam às ruas nesta quarta-feira para protestar por mais investimento na educação
Foto: Fernando Gonçalves / Futura Press

No dia em que os docentes da rede pública do Rio Grande do Sul iniciaram uma paralisação prevista para durar, pelo menos, até sexta-feira, governo e representantes da categoria voltaram a trocar acusações. Após a secretária-adjunta da Educação, Maria Eulalia Nascimento, declarar que não tem "informação de que um Estado tenha feito proposta tão consistente", a presidente do sindicado dos professores (Cpers), Rejane de Oliveira, rebateu: "A postura é de quem vive na Ilha da Fantasia".

O Cpers quer que o governo cumpra a lei que determina o pagamento do piso nacional, reajustado há poucos dias para R$ 1.451,00. O governo, contudo, propõe um reajuste com base no Índice de Preços ao Consumidor (INPC), com o salário básico passando de cerca de R$ 800 para R$ 1.260,00. Segundo Maria Eulalia, até 2014 os trabalhadores terão um aumento real superior a 77%. "Nunca nenhum governo ofereceu essa perspectiva de carreira para os professores", argumenta.

Segundo o sindicato, 90% das escolas do Estado já aderiram à paralisação no primeiro dia. A mobilização é grande na Capital e em cidades como Pelotas, Cachoeira do Sul e Bagé. "Imagine até sexta-feira. Nós estamos em estado de greve. Se o governo mantiver a mesma posição nós vamos organizar a luta da categoria. O governo vai ter que reaprender a negociar", alerta a Rejane.

A Secretaria de Educação garante que já esperava uma alta adesão dos docentes, mas acredita que a situação volte ao normal na sexta. "Uma coisa é a posição do Cpers, e outra é como isso repercutirá em cada professor. Eles farão as contas e verão", projeta Maria Eulalia.

Na sexta-feira, Cpers e governo se reúnem para discutir o plano salarial da categoria. A proposta da SEC não deve ser aceita. "Ela (Maria Eulalia) sabe que a categoria rejeitou a proposta do governo", finaliza Rejane.

Paralisação nacional

Em todo o País, os professores organizam um movimento de alerta e devem paralisar as atividades por três dias - desta quarta até sexta-feira - para cobrar de governos estaduais e prefeituras o pagamento do piso nacional do magistério, o cumprimento da jornada extraclasse, o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação, entre outras demandas. A secretária-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marta Vanelli, acredita que a paralisação possa resultar em greves, conforme as assembleias das categorias nos Estados.

Fonte: Terra
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