Um equipamento brasileiro, para medições da radiação solar na faixa de frequências dos tera-hertz (1 trilhão de Hertz ou 1012 Hz) - correspondente a comprimentos de onda inferiores a 1 milímetro - será enviado em breve a 40 quilômetros da superfície terrestre, em voos de longa duração a bordo de balões estratosféricos.
O experimento, denominado Solar-T, destina-se a explorar um dos aspectos menos conhecidos e mais enigmáticos da atividade do Sol. No estudo das emissões solares, a faixa dos tera-hertz (THz) do espectro eletromagnético, situada entre as micro-ondas e o infravermelho próximo, foi praticamente desconsiderada até recentemente.
“Imaginava-se que ela fosse pouco importante, abrigando eventualmente apenas a radiação proveniente de fenômenos de origem térmica. Mas descobertas relativamente recentes, realizadas nas frequências de 0,2 THz e 0,4 THz, mudaram essa concepção”, disse o coordenador do experimento, Pierre Kaufmann, do Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (Craam) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, à Agência Fapesp.
As emissões em tera-hertz, associadas a explosões solares, foram detectadas pelo radiotelescópio solar para ondas submilimétricas operado em El Leoncito, nos Andes Argentinos. E, por seu ineditismo, essa descoberta causou grande perplexidade e agitação entre os cientistas.
“Ela deu início a uma década de enormes esforços teóricos e experimentais voltados para a elucidação do fenômeno. Foi por isso que dedicamos de oito a nove anos à concepção e à construção do Solar-T, em colaboração com o Centro de Componentes Semicondutores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Observatório Solar Bernard Lyot, de Campinas-SP”, comentou Kaufmann.
A suposição é que as emissões em tera-hertz, ou “radiação T”, como às vezes são chamadas, decorram de mecanismos de aceleração de partículas a altos níveis de energia, antes insuspeitados.
Fortes tempestades solares criam auroras boreais e austrais:
No dia 31 de agosto de 2012, o Sol teve uma poderosa erupção que viajou a quase 1,5 mil km/s. Ela não atingiu diretamente a Terra, mas interagiu com nossa magnetosfera no dia 3 de setembro e o resultado foi esta aurora boreal
Foto: David Cartier/Nasa / Divulgação
Filamento de plasma sai do Sol devido à erupção do dia 31. O registro foi feito por uma sonda da Nasa
Foto: Nasa / Divulgação
Aurora austral é registrada na estação Concordia, na Antártida. A estação, mantida pela Agência Espacial Europeia (ESA), é usada para o estudo dos efeitos do isolamento no corpo humano. Durante o inverno, os cientistas quase não podem sair do prédio, já que as temperaturas ficam em uma média de -51°C e o local já chegou a registrar -85°C
Foto: Divulgação
Em imagem de abril de 2012, o astronauta holandês André Kuipers, a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), publicou nesta quarta-feira um registro feito da tempestade solar Aurora Austral. O fenômeno óptico ocorre quando partículas emanadas pelo sol e poeira espacial se chocam com a atmosfera de um planeta
Foto: André Kuipers / ESA / Nasa / Divulgação
Esta imagem foi registrada na Islândia, por Skarphedinn Thrainsson. O Sol está em uma temporada de grande atividade, o que resulta em muitas tempestades solares - que causam as auroras boreais e austrais
Foto: The Grosby Group
Imagem mostra fenômeno próximo a um observatório em Fairbanks, no Estado americano do Alasca
Foto: AP
O registro foi feito no dia 8 de abril e divulgado no dia 12. Thrainsson saiu de sua casa dirigiu cerca de uma hora até o Parque Nacional Thingvellir na esperança de ver o fenômeno. A aurora durou cerca de 10 minutos, mas o fotógrafo conseguiu fazer estes registros
Foto: The Grosby Group
As fortes tempestades solares, que causam a aurora na Terra, devem continuar pelos próximos anos
Foto: The Grosby Group
O sueco Goran Strand aproveita esta temporada de auroras boreais para registrar muitas imagens
Foto: The Grosby Group
Strand tirou as fotos próximo a sua casa em Ostersund
Foto: The Grosby Group
O aumento da atividade do Sol leva a auroras cada vez mais poderosas
Foto: The Grosby Group
Imagem do astronauta André Kuipers consegue juntar a aurora boreal e as luzes do Reino Unido. Em primeiro plano, aparece a ilha da Irlanda e, ao lado, a Grã-Bretanha. Ao fundo da imagem ainda é possível notar o nascer do Sol. A fotografia foi tirada no dia 28 de março e divulgada pelo astronauta nesta terça-feira
Foto: André Kuipers/Nasa/ESA / Divulgação
Imagem de fevereiro de 2012 mostra um registro impressionante da aurora boreal nas proximidades do estado americano de Washington
Foto: AFP
Astronauta flagra aurora austral entre Antártida e Austrália
Foto: Andre Kuipers / ESA / Nasa / Reuters
A aurora boreal é registrada perto da cidade de Trondheim, na Noruega, em janeiro. Os astrônomos foram em busca de uma exibição espetacular do fenômeno após a mais poderosa tempestade solar em seis anos
Foto: AP
A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) afirmou que a tempestade solar de janeiro foi a maior desde outubro de 2003
Foto: AP
Imagem da aurora boreal em Tromsoe, norte da Noruega, em meio a tempestade solar
Foto: AP
Aurora boreal registrada perto da cidade de Tromsoe
Foto: AP
O britânico Andy Keen abandonou seu emprego há cinco anos e foi morar em uma área remota da Finlândia, onde se transformou em "caçador de aurora boreal"
Foto: Andy Keen / BBC Brasil
Keen viu um documentário sobre a aurora boreal na televisão e resolveu observar as luzes. Agora ele se declara 'viciado'. Atualmente, ele mora dois graus acima do Círculo Ártico
Foto: Andy Keen / BBC Brasil
Atualmente, ele tem uma empresa de turismo especializada em levar pequenos grupos para observar as luzes durante o inverno no hemisfério norte. Acima, um dos clientes de Keen
Foto: Andy Keen / BBC Brasil
O céu livre de nuvens é uma condição para boa visão das luzes. A Lua cheia ajuda a tornar a paisagem mais bonita
Foto: Andy Keen / BBC Brasil
As luzes da aurora boreal podem ser vistas na região da Escandinávia, América do Norte, norte da Escócia e Rússia. Mas, como alerta o site de turismo da Noruega, nunca se sabe onde as luzes vão aparecer
Foto: Andy Keen / BBC Brasil
No entanto, Keen estuda, junto com sua equipe, mapas meteorológicos para saber a posição das nuvens e escolher o melhor lugar para a observação da aurora boreal
Foto: Andy Keen / BBC Brasil
Assim que a equipe consegue estimar o melhor local, com menos nuvens, Keen e os turistas viajam em micro-ônibus e até trenós puxados por cães para as áreas mais remotas da Finlândia
Foto: Andy Keen / BBC Brasil
Os melhores meses para a observação das luzes são janeiro, fevereiro e até o meio de março, quando a maior parte da neve já caiu e o céu tem uma quantidade menor de nuvens
Foto: Andy Keen / BBC Brasil
Cientistas também estimam que 2012 e 2013 serão ótimos anos para a aurora boreal. A atividade solar deve aumentar e os ventos solares são determinantes para a intensidade da luz
Foto: Andy Keen / BBC Brasil
O espetáculo se estende pelo inverno do hemisfério norte. No verão, quando as noites são curtas ou simplesmente não existem, as luzes não podem ser vistas. Mas, a atividade volta em outubro, com o início do outono