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Estudante de moda enfrenta mercado difícil, mas não impossível

4 nov 2010 - 10h01
(atualizado às 10h05)
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São poucas as carreiras atuais que apresentam um campo fértil para a chegada de iniciantes. Todos os profissionais, em busca de um lugar ao sol, buscam o segredo do sucesso para se sobressair entre os colegas. Porém, alguns mercados oferecem ainda mais dificuldade que outros, como o da moda, por exemplo.

Insistência e autoconfiança são características importantes para o profissional fazer carreira em moda
Insistência e autoconfiança são características importantes para o profissional fazer carreira em moda
Foto: Getty Images

Atraente para muitos jovens que gostam do mundo das vitrines, das passarelas e da modelagem, conseguir um papel de destaque no mercado fashion é um desafio. E Jaqueline Lunkes o tomou para si. Estudante de Design de Moda e Tecnologia na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre, ela foi selecionada em abril no Donna Fashion Iguatemi 2010, maior desfile de moda da capital. O prêmio será apresentar uma coleção inteira em 2011, ao lado de estilistas consagrados.

A primeira etapa foi dentro da própria instituição de ensino, quando a gaúcha concorreu com seus próprios colegas por uma das quatro vagas para apresentar duas roupas no desfile. Já na passarela, ganhou, ao lado de mais três garotas de outras universidades, a possibilidade de mostrar toda uma coleção no ano que vem. A aluna já havia tentado participar em 2009, porém não tinha sido aprovada. "Mas sabia que tinha condições de fazer o desfile, sabia que em algum momento iria conseguir", afirma ela, indicando outros pontos importantes para fazer carreira na moda: insistência e autoconfiança.

A recompensa é um sonho realizado para a garota que descobriu a sua vocação aos 13 anos, enquanto assistia a uma reportagem na TV sobre a graduação em Moda da Universidade de Caxias do Sul (UCS). "Lembro que comecei a 8ª série já querendo estudar isso", lembra. Mas se precisasse se mudar para Caxias, há 130km da Capital, a mãe não deixaria. "Foi um sonho possível", recorda a estudante do momento em que soube da existência de uma faculdade perto de Porto Alegre.

Uma das lições que Jaqueline dá para quem quer trabalhar nesse ramo é buscar experiência profissional desde o início e fazer uma boa rede de contatos. "Infelizmente influencia muito mais o teu trabalho do que o teu nível de formação", diz a aluna que se forma em 2011.

Quando ela não tinha nem os primeiros quatro semestres completos, começou o seu primeiro estágio na Renner, no setor de estilo e desenvolvimento de modelagem. "É difícil conseguir uma oportunidade sem indicação", afirma a universitária que contou com a ajuda de uma amiga que trabalhava em outra seção da empresa para aconselhar a chefe a contratá-la.

Outro aspecto importante é não perder o foco. Mesmo ao ser efetivada no seu primeiro estágio, Jaqueline considerou que quase dois anos já havia sido suficiente para uma primeira experiência no ramo. A modelista trabalhava nove horas por dia e, como tinha que sair mais cedo para a aula de noite em Novo Hamburgo, era obrigada a recuperar carga horária no sábado pela manhã. "Tive que optar, era muito pesado", afirma quem sabe da importância da prática, mas não abre mão da teoria.

Mesmo com horários intensos de trabalho, a estudante fazia estágio voluntário na escola de costura de uma professora da faculdade, Kátia Costa Barea. "Eu aprendi mais ali do que na faculdade". O empenho deu resultado e Jaqueline foi contratada e hoje dá aulas na Eskola de Costura e Modelagem para Moda.

Experiência no exterior
Em julho, Jaqueline foi fazer um curso de figurino de três semanas na Inglaterra. Assim, durante um mês, ela dependeu da sua pouca fluência no idioma, mas isso não foi suficiente para impedi-la de aproveitar as aulas. "Como tinha muita prática, e os termos técnicos eu já conhecia, ficou mais fácil", recorda. Ela contou ainda com a ajuda dos colegas, todos brasileiros, que também haviam ido para a cidade de Bournemouth, no litoral do país, para o curso de verão.

A aluna, que já havia feito um curso de uma semana em Buenos Aires em 2009, mostra que é essencial mostrar o seu trabalho e acreditar que pode, sim, chegar ao topo. E quanto à coleção de 2011 para o Donna Fashion? "Comecei a organizar o trabalho um pouco antes da viagem, mas se vê tanta coisa numa experiência dessas que recomecei do zero".

Fonte: Redação Terra
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