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Escola da BA fica mais de 4 meses sem salas de aula após teto desabar

Transtornos devem durar pelo menos por mais quatro meses, prazo estimado para término das obras de reparo

5 ago 2013 - 18h35
(atualizado às 18h44)
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Um colégio da Bahia sofre há mais de quatro meses com a falta de salas de aula por causa do desabamento de parte do teto do local. A Escola Dária Viana de Queiroz, em Barra do Choça (sudoeste baiano), onde dia 1º de abril deste ano o teto de uma sala de aula desabou. No local estudavam 40 alunos e, por conta de um feriado, não houve vítimas. A escola é apenas para alunos do ensino médio – cerca de 1,2 mil estudantes.

Após o ocorrido, mais quatro salas do mesmo pavilhão foram interditadas pela Secretaria de Estadual de Educação por risco de desabamento. O teto de uma das salas interditadas teve de ser escorado para não cair, e alunos (40 por sala) passaram a estudar em locais improvisados, como na sala de vídeo, na de reunião de professores, na de informática e um “puxadinho” na área do pátio. 

Na sala do “puxadinho”, improvisada com duas divisórias, alunos reclamam que estudantes passam dando tapas e murros na parede móvel. De início, foram colocados nessa sala alunos do 3° ano, mas, devido à perturbação, eles passaram para a sala de informática.

“Eu mesmo já não aguentava mais o barulho”, disse o estudante Taniel Cardoso, 19 anos. “Nós que somos do 3° ano temos de ter mais concentração, o que temos conseguido com certo sacrifício aqui nessa sala, que é abafada, não tem ventilador e o ar-condicionado está quebrado”, completou.

Sem vídeos

A estudante Cíntia Oliveira, 17 anos, relata que as aulas de vídeo estão prejudicadas, pois os alunos que foram realocados para a sala resistem em sair da mesma quando a professora de outra turma vai apresentar algo e “pede a sala emprestada”. “Isso tem acontecido direto, ninguém sai”, reclamou a jovem.

Uma professora que não quis ter o nome divulgado afirmou que “são muitos os problemas da escola”, mas acha que “é passageiro, mas, enquanto não é resolvido, vai causando prejuízo ao ensino dos alunos”.

Mas o pior mesmo ficou para duas turmas do 3º A e B, que tiveram de se juntar em uma sala só. O resultado é que cerca de 60 alunos passam a manhã num local feito para acomodar de 35 a 40 discentes. A reclamação é geral – até por parte do diretor da escola, Saturnino Barbosa.

“Logo após o desabamento do teto, toda a comunidade escolar chegou a fazer uma paralisação de 8 dias, para pressionar o governo a resolver logo a situação, mas, por enquanto, ainda não foram iniciadas as reformas prometidas”, declarou o diretor.

Reformas também são esperadas na Escola Dom Climério Andrade de Almeida, em Vitória da Conquista, vizinha a Barra do Choça, apesar de a unidade ter sido construída há apenas dois anos. O maior problema é no teto da área do pátio, que teve de ser interditada, dia 18 deste mês, por risco de desabamento. Em diversos locais da escola há paredes rachadas, reboco caindo e pé de parede cedendo.

Escoras

Para que não caísse o teto da área do pátio, foram colocadas diversas escoras. A interdição do local prejudicou alunos e professores, que usavam a área do pátio para apresentação de projetos e trabalhos escolares. Com o local sem uso, as atividades estão sendo feitas na quadra de esportes, sob sol escaldante. A escola atende alunos do ensino fundamental e médio. São 797 estudantes.

Para interditar o local, o Estado colocou fitas e cadeiras. Foi deixado um espaço ainda dentro da área do pátio para que os alunos tivessem acesso ao bebedouro, aos banheiros e ao balcão da cozinha para pegar a merenda. “Uma escola construída há dois anos não era para estar nessa situação”, reclamou a professora de história, Marcela Maia. 

<p>O Estado usou  fitas e cadeiras para interditar área de escola</p>
O Estado usou fitas e cadeiras para interditar área de escola
Foto: Mário Bittencourt / Especial para Terra

“Esses dias fizemos um evento com todas as salas que teve de ser realizado na quadra, por conta deste problema no teto. No local tem um palco que usamos, há tomadas, mesas, todo um suporte para nossas atividades que não há na quadra de esportes”, disse a vice-diretora da escola, Claudimércia Lima.

Colegas de sala, as estudantes da 7ª série Caroline Cagussu, 15 anos, e Roberta Santana, 14 anos, sentem falta da área do pátio para ficarem conversando na hora do intervalo e apresentar trabalhos. “Agora temos de ficar no corredor, onde não tem lugar pra sentar, ou na área do jardim, no sol”, disse Caroline, em tom de indignação. “Ruim também é ter de comer a merenda em pé”, observou Roberta.

Gastos

A direção da Escola Dária Viana de Queiroz informou que unidade teve a construção iniciada em 1978 e de lá pra cá passou por três ampliações, sendo a última em 2005, quando houve uma reforma geral. De acordo com o site “Transparência na Escola”, da Secretaria de Educação da Bahia, em 2012 a unidade teve investimento de R$ 1.797.200.

De janeiro a junho deste ano, a escola, segundo o site, recebeu R$ 21 mil para “Conservação da Rede Física” e gastou a mais: R$ 21.298,10. O total recebido pela escola este ano (para gastos também com merenda escolar e funcionamento da unidade) é de R$ 91.154, sendo que destes foram gastos R$ 54.792,30, restando ainda para investir R$ 36.361,70.

Os transtornos dos alunos da Dária Viana ainda devem durar pelo menos por mais quatro meses, prazo estimado para término das obras de reparo nos tetos, iniciadas dia 31 do mês passado.

Já com relação as obras da Escola Dom Climério, em Vitória da Conquista, a assessoria da Secretaria de Educação, informou que “a obra está na garantia”, e que a empresa Holts Engenharia, responsável pela construção, iria refazer o serviço, e ficou de informar a data de o trabalho ser refeito, mas isso não ocorreu. Procurada, a Holts não enviou resposta.

O “Transparência na Escola” informa que já foram gastos este ano na Dom Climério (de janeiro a junho), somente com “Conservação da Rede Física”, R$ 6.152 dos R$ 21 mil recebidos para este fim. No total, no mesmo período, a escola recebeu, de acordo o site, R$ 96.698, tendo gastado R$ 36.874,95. A unidade está com R$ 59.823,05 em caixa para gastar. Em 2012, de acordo com o site, o gasto total na escola foi de R$ 1.426.420. 

Fonte: Especial para Terra
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