Engenheiros formados na Gama Filho recebem registro do Crea
Os estudantes formados no fim de 2013 nos cursos de engenharia da Universidade Gama Filho, descredenciada pelo Ministério da Educação (MEC), conseguiram o registro provisório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ). O documento vale por seis meses, renovável por mais seis, até que os formandos recebam o diploma para pedir o registro profissional. Com isso, todos estão aptos a trabalhar como engenheiros plenos.
A coordenadora do curso de engenharia de produção da Gama Filho, Sandra Regina Morgado, disse que o Crea-RJ foi a única entidade profissional, até agora, que entendeu a situação dos formandos, ajudando-os a entrar no mercado de trabalho.
"Eles se formaram no segundo semestre de 2013, período em que houve o descredenciamento. Então é como se eles fossem engenheiros de fato, mas não de direito. E o Crea-RJ foi a primeira instituição que abraçou esses alunos, porque nenhum órgão, dos conselhos que existem, fez isso até agora."
Segundo o presidente do Crea-RJ, Agostinho Guerreiro, todo o processo foi amparado na legislação. "Nós, articulados com a Justiça Federal, vimos os passos legais que nós podíamos seguir, examinamos os currículos de todos eles, e ficou comprovado que praticamente todos poderiam receber um certificado provisório de seis meses, renovável por mais seis meses, caso nesse período não fosse entregue o diploma definitivo. Então encontramos uma solução legal, reconhecida pela Justiça Federal."
De acordo com Guerreiro, na semana passada foram entregues cerca de 60 certificados e nesta quarta-feira 80 formandos passam a ser considerados engenheiros. "Nós entendemos que estamos fazendo aquilo que é de direito, porque estava sendo configurada uma grande injustiça, uma vez que eles estão preparados e não poderiam ficar levando essa situação de serem engenheiros de fato e não serem de direito."
O presidente do Crea-RJ relatou que alunos foram prejudicados por causa da falta do registro. É o caso de Afrânio Moisés, que se formou em engenharia de produção, mas teve que deixar o estágio que fazia. "As aulas foram todas dadas, a entrega dos TCCs (trabalhos de conclusão do curso) também ocorreu, mas nas engenharias ninguém recebeu o diploma. Eu era estagiário da Vale, com pretensão de efetivação, já tinha passado em alguns trainees também, mas infelizmente não pude dar continuidade porque não tinha nem o comprovante de conclusão. Lá (na Vale), infelizmente já preencheram a minha vaga, agora é correr atrás de outros empregos. Com o registro já dá para correr atrás de muita coisa", disse Moisés.