RJ: novata no Enem, escola da região serrana desbanca tradicionais

Cirilo Junior

Direto do Rio de Janeiro

A relação das escolas do Rio de Janeiro com melhor desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2011 trouxe uma surpresa entre as primeiras colocadas. À frente de tradicionais instituições da capital, como o Santo Inácio e Santo Agostinho, o Colégio São João Batista de Nova Friburgo só ficou atrás do São Bento. Em 18º no ranking geral do Brasil, o colégio particular situado na cidade encravada na região serrana fluminense chegou ao segundo lugar em sua segunda participação no Enem.

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O segredo para o bom resultado, segundo o diretor do colégio, Carlos Alexandre Veloso, envolve proporcionar aos alunos as melhores condições de estudo, aliado à exigência elevada de disciplina e comprometimento com os estudos.

"Somos um colégio muito tecnológico. Proporcionamos softwares de última geração para o ensino. Também investimos muito nos professores. Buscamos a excelência, e trazemos muitos profissionais de fora da cidade. E cobramos disciplina. Exigimos avaliações periódicas dos alunos", relata o responsável pelo ensino do colégio.

O Colégio São João Batista foi fundado em 2001, apenas como curso pré-vestibular. Em 2008, decidiu iniciar sua primeira turma no ensino médio, que se formou em 2010. O desempenho no primeiro Enem foi pífio.

"Ficamos entre os piores. Mas isso somente porque a UFRJ não aprovava via Enem. Era uma prova isolada. E nosso foco era a UFRJ. Sempre aprovamos bastante para lá, especialmente em medicina", afirma Veloso.

O nível de exigência para os pouco mais de 50 alunos do ensino médio implica na aplicação de simulados e quatro redações semanais. Segundo Veloso, entre 20% e 30% que iniciam a primeira série não chegam ao final do ensino médio, por não suportarem o ritmo das aulas. "É puxado mesmo", alerta.

Ao mesmo tempo, os alunos têm à disposição, por exemplo, a correção imediata das provas, assim que saem do colégio. "O aluno chega em casa, acessa pelo Iphone dele no nosso programa uma videoaula, com a prova comentada e corrigida. Ele não perde a ligação com o teste, aquela coisa de o professor entregar uma semana depois".

De acordo com o diretor, a escola tem uma estrutura física pequena, mas é bastante reconhecido na cidade de 180 mil habitantes. Com mensalidades que variam de R$ 850 a R$ 1.100 mensais, é o mais caro da cidade.

"Não temos quadra esportiva, e muitos sempre vêm brincar dizendo que nossos alunos perdem o intercolegial. Respondo que fazemos simulados toda semana", comenta.

Somando os alunos do pré-vestibular, são 300 estudantes no São João Batista de Nova Friburgo. Veloso sustenta que não pretende ampliar o número de alunos no ensino médio, ainda que a procura pelo colégio aumente diante do resultado do Enem.

"Pretendemos manter o quadro pequeno. Corre-se o risco de crescer muito e perder a qualidade. Vamos deixar como está", observa, demonstrando reticência em relação a voos maiores. "Queremos competir com o São Bento. Mas vamos devagar".

Para 2013, o São João Batista de Nova Friburgo vai implementar o projeto Ensino Médico, que consiste em preparar o aluno que, já na primeira série, estiver decidido a tentar Medicina, ao Enem do curso, desde o início do Ensino Médio.

Enem 2011

O desempenho das escolas na edição de 2011 do Enem foi divulgado nesta quinta-feira e pode ser consultado no site do MEC. Segundo o levantamento, das pouco mais de 10 mil escolas analisadas, 47,62% eram privadas. A maior dos estudantes que prestaram o exame (83,86%) tem renda familiar per capita entre um e cinco salários mínimos (de R$ 622,00 a R$ 3,1 mil).

De acordo com o MEC, a média das escolas privadas ficou em 596,2 pontos. Já as escolas da rede pública alcançaram 474,2 pontos. Entre as 100 primeiras colocadas no levantamento, apenas dez são públicas.

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