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Enem: questão teria vazado em MG também; colégio se defende

QUESTÃO DE SIMULADO DE CURSINHO APRESENTA FIGURA E NÚMEROS SEMELHANTES A DO ENEM E GERA POLÊMICA SOBRE VAZAMENTO DA PROVA

28 out 2011 - 17h26
(atualizado às 17h35)
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José Guilherme Camargo
Direto de Belo Horizonte

Uma questão de Ciências da Natureza e suas Tecnologias de um simulado do cursinho pré-vestibular do Grupo Bernoulli, de Belo Horizonte, semelhante a um item do caderno amarelo, da prova de matemática do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), causa polêmica e dá precedentes sobre um suposto vazamento do exame em Minas Gerais.

Comparação entre as questões do Enem e do Colégio Bernoulli
Comparação entre as questões do Enem e do Colégio Bernoulli
Foto: Reprodução

Veja o caderno que teria questões iguais às do Enem

As polêmicas do Enem: da prova que vazou ao endereço errado

A questão 77 do simulado 8 do colégio Bernoulli apresenta uma figura de um medidor de energia elétrica de resistência. O relógio de luz, de acordo com o enunciado da questão, funciona por meio de quatro "reloginhos", que marcam, lendo-se da esquerda para a direita, milhar, centena, dezena e unidade. De acordo com a figura, os ponteiros dos relógios, já interpretados pelo próprio enunciado da questão, marcam 2614 kWh de potência. Em seguida, a prova do Bernoulli fornece outro relógio de luz e pede para o candidato mostrar a diferença da energia utilizada entre as duas ilustrações e até quando tempo essa energia seria suficiente para abastecer um chuveiro elétrico de 5000W.

Já no item 137 do caderno amarelo do Enem, o enunciado pedia para que o candidato identificasse qual a potencia do relógio de luz apontado pela figura, que era idêntica a ilustração da prova do Bernoulli. O resultado era o mesmo, 2614kWh.

Em nota, o Bernoulli afirma que a semelhança entre as figuras não passa de uma coincidência. "A semelhança entre os itens se dá tão somente pelo fato de ser utilizado o relógio de luz e de haver uma explicação sobre como ele funciona, para evitar que o candidato erre a questão por não saber como se faz essa leitura. No item do Enem em questão, pede-se que o aluno faça uma leitura, enquanto que o do Bernoulli apresenta uma leitura e, então, pede que o aluno faça outra, perceba a necessidade de subtraí-las e depois demonstre ter conhecimentos de Física para calcular a resposta final. O item do Enem teve aplicação meramente matemática, de leitura numérica; já o item do Bernoulli figurou na prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, cobrando do aluno a leitura do relógio e a resolução de um problema proposto".

O Grupo Bernoulli informou também que não recebeu qualquer informação privilegiada em relação a itens do Enem e não faz parte da equipe que fornece itens ao Inep e que não houve pré-teste na escola. O Ministério da Educação (MEC) informou que se tratou de uma coincidência e que esse tipo de questão é recorrente nas provas.

Vazamento do Enem no Ceará

O Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep) informou que irá pedir a anulação nacional da prova, por conta do suposto vazamento do Enem no Estado do Ceará. O sindicato disse que na próxima terça-feira irá encaminha o pedido ao Ministério Público Federal. "Quando existe a quebra do sigilo em exame de escola particular, o MEC exige que a escola refaça e cancele o processo seletivo. Então o sindicado esta partindo deste principio. Nada garante que este pré-teste que aconteceu no Ceará vaze para outros estados", informou a assessoria do Sinep.

Leia a nota divulgada nesta sexta-feira:

(...) sobre as semelhanças entre o item 77, da prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, do Simulado 8, produzido pela Editora Bernoulli, e o item 137 do Caderno Amarelo, da prova de Matemática e suas Tecnologias, do Enem 2011, o Grupo Bernoulli esclarece:

A semelhança entre os itens se dá tão somente pelo fato de ser utilizado o "relógio de luz" e de haver uma explicação sobre como ele funciona, para evitar que o candidato erre a questão por não saber como se faz essa leitura.

No item do Enem em questão, pede-se que o aluno faça uma leitura, enquanto que o do Bernoulli apresenta uma leitura e então pede que o aluno faça outra, perceba a necessidade de subtraí-las e depois demonstre ter conhecimentos de Física para calcular a resposta final. O item do Enem teve aplicação meramente matemática, de leitura numérica; já o item do Bernoulli figurou na prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, cobrando do aluno a leitura do relógio e a resolução de um problema proposto.

Esse tipo de semelhança vai acontecer muito entre os itens que as escolas e os Sistemas de Ensino criam e aqueles criados para o Enem, porque o Enem tem como uma de suas diretrizes propor itens com aplicações cotidianas e é isso que as escolas e os Sistemas de Ensino tentam fazer ao elaborarem seus simulados, para que eles de fato se aproximem o máximo da situação real. Itens utilizando "relógio de luz" ou "relógio de água" ou "extrato de conta de luz" ou qualquer outra coisa do gênero, certamente, serão exploradas.

Seguindo as próprias diretrizes do Inep para formulação de itens, os nossos professores, os dos outros Sistemas de Ensino ou escolas e os autores de itens do Enem, ao criarem itens, muitas vezes se baseiam em figuras ou dados extraídos do cotidiano. Por isso, pode haver coincidência até mesmo em um número ou outro. O mesmo relógio de luz, com leitura idêntica, é encontrado em diversos sites da internet.

O Grupo Bernoulli não recebeu qualquer informação privilegiada com relação a itens do Enem e não faz parte da equipe que fornece itens ao Inep. Afirmamos ainda que não houve pré-teste na escola. A informação é ratificada pelo Ministério da Educação (MEC) que também afirma que o episódio foi coincidência, sendo que o Grupo Bernoulli não fornece itens para a prova e nenhuma escola de Minas Gerais participou do pré-teste do Enem.

O Grupo Bernoulli se caracteriza por fornecer, aos seus alunos e parceiros, material didático de excelência com intuito de oferecer o que há de melhor em soluções didáticas, sem, contudo, desviar sua conduta dos princípios da boa ética.

Fonte: Especial para Terra
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