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Inep investiga como repórter fraudou prova do Enem

24 out 2011 - 13h35
(atualizado às 13h42)
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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) afirmou nesta segunda-feira que abriu uma investigação para apontar possíveis erros que permitiram um repórter do jornal carioca O Globo fraudar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Nesta segunda-feira, o jornalista Lauro Neto contou como fez para vazar o tema da prova da redação - divulgado pelo jornal na internet às 13h59 de domingo, uma hora antes do horário permitido aos estudantes deixar o local de provas.

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"Bateu vontade de ir ao banheiro. Como não havia nenhum fiscal por perto, decidi testar a segurança da prova e mandei um SMS para a equipe de reportagem do GLOBO com o tema da redação: 'Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado'. (...) Deu tempo até de mandar outro torpedo com os títulos e autores dos textos da coletânea", disse em texto publicado no site do jornal na manhã de hoje.

Além de usar um aparelho celular para passar uma mensagem com o tema da redação, o repórter fez propositalmente a prova com outros itens que eliminariam os candidatos. Lauro Neto usou boné, óculos escuros, caneta não transparente, além de lápis e borracha - proibidos no edital do Enem.

"Voltei à sala, preenchi a folha de respostas com lápis, canetas azul e preta (não transparente), e dei um título à redação, pensado no banheiro: 'Sorria, você está sendo eliminado!'. Depois, entreguei aos fiscais e fui embora pensando: se eu fosse um aluno desesperado para entrar na faculdade, poderia até ter consultado a internet pelo celular ou trocado SMS com algum professor para tirar dúvidas...", escreveu.

A assessoria do Inep informou que os coordenadores da prova já foram chamados para avaliar o que aconteceu. Segundo o órgão, não houve vazamento e nenhum prejuízo aos demais candidatos porque a prova estava em sigilo total até o momento em que foi aberta, às 13h de domingo.

Mais de 1,4 milhão deixam de fazer a prova

Pouco mais de 26% dos 5,3 milhões de inscritos no Enem - o que corresponde a cerca de 1,4 milhão de candidatos - não compareceram nos dois dias de prova. O índice médio de abstenção nesta edição foi ligeiramente inferior ao registrado no ano passado, quando 27,6% dos candidatos faltaram.

No sábado, os candidatos tiveram quatro horas e meia para responder 90 questões de Ciências Humanas e da Natureza. O segundo dia de provas foi composto de 90 questões de matemática e linguagens, além da redação. No domingo, o prazo para concluir a prova foi de cinco horas e meia.

A partir do resultado da prova do Enem, os alunos se inscrevem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e podem pleitear vagas em instituições públicas de todo o País. A participação no Enem também é pré-requisito para os estudantes interessados em uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni). Os benefícios são distribuídos a partir do desempenho do candidato no exame e podem ser integrais ou parciais, dependendo da renda da família. Para participar do programa é preciso ter cursado todo o Ensino Médio na rede pública.

Em 2012 a prova terá duas edições, uma no primeiro semestre e outra no segundo. A primeira edição do ano que vem já está confirmada para os dias 28 e 29 de abril. A data da segunda edição ainda não foi definida em função das eleições municipais, que ocorrerão em outubro, mês de aplicação do Enem 2011.

Momentos de desconcentração foram registrados após o término do Enem em São Paulo
Momentos de desconcentração foram registrados após o término do Enem em São Paulo
Foto: Aloisio Mauricio / Terra
Fonte: Terra
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