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Para especialistas, Enem mostra que avanço na educação é lento

12 set 2011 - 21h14
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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), apesar de indicar avanço na educação pública do país, mostra que esse ganho ainda é lento. A avaliação do professor Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Ocimar Munhoz Alavarse. "Esses ganhos ainda não são tão elevados quanto poderiam ser, e os patamares ainda são preocupantes", disse à Agência Brasil.

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) é a única instituição pública que liderou um dos quatro grupos divididos pelo Inep no resultado por escola do Enem 2010
A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) é a única instituição pública que liderou um dos quatro grupos divididos pelo Inep no resultado por escola do Enem 2010
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra

O aumento da nota média é, segundo Alavarse, resultado da melhora da rede pública de ensino que ocorreu a partir do ano 2001. Os alunos que estavam nas séries iniciais chegam agora ao ensino médio beneficiados por uma escola mais equipada e professores com melhores remunerações.

Isto é considerado uma conquista importante pelo professor, uma vez que o sistema público trabalha "com 90% dos alunos em condições precárias e, mesmo assim, está melhorando a aprendizagem". Contudo, Alavarse aponta, como prioritário para a evolução da rede de ensino, a formação de professores mais qualificados.

Na opinião do coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, o país deve aproveitar a sinalização do Enem para ampliar os investimentos em educação. Caso contrário, alerta que os jovens brasileiros continuarão a receber uma formação deficiente nos próximos anos. "Permanecendo nesse ritmo, o Brasil vai perder mais uma geração de jovens, que é a geração desta década, e só vai começar a ter educação de qualidade a partir da próxima".

Cara defende a necessidade da avaliação de problemas locais e específicos de cada escola. Esse tipo de informação não pode, de acordo com ele, ser conseguida com um exame como o Enem. "O Brasil precisa enfrentar os problemas estruturais, mas também os específicos de cada rede".

De acordo com ele, as escolas públicas que obtiveram o melhor desempenho são as técnicas e militares, onde o investimento por aluno é muito maior do que no restante da rede. Por isso, defende que o governo coloque em prática a Resolução 8 do Conselho Nacional de Educação (CNE) que determina um gasto mínimo por aluno.

Agência Brasil Agência Brasil
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