A 2 meses do Enem, aprenda a decifrar as questões da prova
22 ago2011 - 12h18
(atualizado em 24/8/2011 às 10h40)
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Em dois meses, será aplicado mais um Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - nos dias 22 e 23 de outubro. E depois de uma maratona de estudos, é hora do candidato se ater a outro aspecto importante para a realização da prova: a própria prova.
Com uma formatação que prioriza o raciocínio lógico em detrimento da memorização de fórmulas e informações, o exame tem na interpretação uma chave fundamental. "O ponto principal aqui é a semântica (estudo dos significados), ou seja, entender de maneira bem clara as questões propostas seja em uma questão de história ou de matemática. Aquele aluno 'apostileiro', como nós costumamos chamar os estudantes de vestibular que decoram formatos, códigos e fórmulas de questões, não se saem bem no Enem, pois este exige um poder de compreensão, análise e discernimento do estudante", explica Antônio Ricardo Russo, professor do curso Objetivo de Florianópolis (SC).
O Enem apresenta conteúdos dispostos em quatro tópicos, além da redação: ciências humanas e suas tecnologias; de ciências da natureza e suas tecnologias; linguagens, códigos e suas tecnologias, e matemática e suas tecnologias. Embora a prova tenha as clássicas matérias do ensino médio, as questões estão conectadas com assuntos da realidade do brasileiro. "A proposta de redação, por exemplo, sempre vai ser um assunto palpável da rotina do brasileiro, da realidade objetiva do País. Por isso a importância do candidato estar atento a tudo que acontece ao seu entorno", completa Russo.
Mas é possível utilizar as próprias informações da prova ao seu favor? Sim. Aí é que entra a interpretação correta do que é apresentado. "As questões do Enem são muito focadas na interpretação, mas não apenas de textos. Interpretação de gráficos, tabelas, charges e muitos outros símbolos costumam aparecer na prova. Isso pode levar o aluno diretamente para a resposta ou à informação-chave de uma resposta", diz o professor.
E na prova de redação? "Ano após ano nós temos visto uma queda na qualidade das redações, tanto no vestibular como no Enem. Isso se deve ao fato de que o jovem de hoje lê muito pouco. Até mesmo para compreender os textos da prova eles sentem dificuldades, para entender o significado de um verbo como 'inferir' (tirar uma consequência de um fato, de um princípio; concluir; deduzir), por exemplo. Além de prejudicar no vocabulário, a ausência de leitura na vida do jovem faz com que o nível dele para escrever seja baixo", relata Russo. Quanto a isso, não há solução mágica: ler continua sendo o melhor remédio.
Fique ligado - Leia com cuidado o enunciado de cada questão. A máxima é velha, mas sempre vale a pena repetir; - Os textos, gráficos e tabelas que aparecem na prova são de suma importância podendo, muitas vezes, ser a chave para a resposta de uma questão. Se mais de um aparecer na mesma questão, cuide para analisá-los em um mesmo contexto; - Ao contrário do vestibular, o Enem não costuma se utilizar de pegadinhas ou respostas que parecem verdadeiras, mas não são.
Kathleen Rosa chorou quando soube que não poderia mais entrar para fazer a prova do Enem, na PUC-BH, durante a primeira aplicação do Enem, nos dias 6 e 7 de novembro
Foto: Alisson Gontijo / Futura Press
No dia 15 de dezembro, também houve choro. Devido a erros de impressão na prova amarela, candidatos do Enem prejudicados refizeram o Enem em dezembro
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra
Vendedores se acumulam próximo a local de prova, em novembro
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Após o medo de que novos erros acontecessem, a coordenação do exame no Piauí decidiu isolar um andar inteiro do prédio na Faculdade Piauiense, único local de aplicação das provas em Teresina. Segundo os organizadores, o objetivo era evitar fraudes
Foto: Yala Sena / Especial para Terra
Vendedores oferecem produtos para candidatos no dia 7 de novembro
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Muitos estudantes ficaram de fora da prova por se atrasarem, tanto nas primeiras provas (foto) como na reaplicação aos prejudicados
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Candidatos chegam ao segundo dia de prova em escola de Brasília
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Candidata corre para não perder o Enem, durante a primeira aplicação da prova
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Os erros de impressão não foram os únicos relatados. Vazamento da redação e até propaganda de cursinho por parte dos organizadores - como na imagem, em Pedreira (AP) - estão entre as denúncias
Foto: Julio Americo Selingardi / vc repórter
A sujeira também foi um problema na capital federal nas provas de novembro
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Candidatos recebem propagandas durante a primeira aplicação do Enem
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Em Brasília, muitos estudantes correram para chegar a tempo
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Movimentação dos candidatos na PUC Coração Eucarístico em Belo Horizonte, Minas Gerais, durante a primeira aplicação do Enem, em novembro
Foto: Alisson Gontijo / Futura Press
Movimentação dos candidatos do Enem na PUC Coração Eucarístico em Belo Horizonte, Minas Gerais
Foto: Alisson Gontijo / Futura Press
Movimentação dos estudantes no campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em novembro
Foto: Guto Maia / Futura Press
Menina faz prova do Enem no Colégio Uldorico Tavares, em Salvador, Bahia, em novembro
Foto: Margarida Neide / Futura Press
Prova sendo realizada no Colégio Uldorico Tavares, no bairo da Vitória em Salvador na Bahia.
Foto: Margarida Neide / Futura Press
O ministro da Educação, Fernando Haddad, deu explicações ao Senado e à Câmara dos Deputados sobre os erros do Enem. Haddad defendeu o exame e disse que os prejudicados representam menos de 0,1% do total de candidatos. "Se não entendermos que o Enem é para democratizar o ensino, então vamos perder a essência do projeto"
Foto: Fabrio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Estudantes do Rio de Janeiro também protestaram contra as falhas do Enem. Muitos protestos ocorreram pelo País após as falhas no exame
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho / vc repórter
No Rio, a manifestação também aconteceu na região central
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho / vc repórter
Estudantes exibiram cartazes com mensagens de protesto
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho / vc repórter
Os estudantes gaúchos exibiram faixas com frases contra os erros no exame
Foto: Juliana Rolim / vc repórter
A manifestação percorreu diversas vias da região central de Porto Alegre
Foto: Juliana Rolim / vc repórter
A UFPR usará a nota do Enem como 10% da nota total do vestibulando para preencher 5016 vagas
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra
Alguns manifestantes vestiam amarelo por conta da cor da prova que apresentou erros de impressão no exame
Foto: Matheus Tesser / vc repórter
Cerca de 200 estudantes participaram da manifestação em SP
Foto: Rahel Patrasso / Futura Press
Em Curitiba cerca de 400 protestaram contra os erros do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra
A manifestação foi organizada pelos estudantes através da internet
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra
Cartaz exibido pelos estudantes durante o protesto em Uberaba
Foto: Flavia Cipriano / vc repórter
Caixão simboliza o fiasco do Enem deste ano
Foto: Flavia Cipriano / vc repórter
Os estudantes também foram às ruas em Uberaba, interior de Minas Gerais
Foto: Flavia Cipriano / vc repórter
A manifestação de Uberaba contou com encenação teatral
Foto: Flavia Cipriano / vc repórter
No Piauí, o candidato José Antônio Teixeira Neto, 21 anos, foi impedido de fazer as provas
Foto: Yala Sena / Especial para Terra
A reaplicação da prova do Enem atraiu poucos alunos em uma das escolas de Florianópolis, no dia 15 de dezembro
Foto: Fabricio Escandiuzzi / Especial para Terra
A jardineira Neusa Marli Laucksen, 51 anos, chegou atrasada a uma escola de Florianópolis e perdeu a prova do Enem por apenas 3 minutos
Foto: Fabricio Escandiuzzi / Especial para Terra
No Piauí, cerca de 350 alunos em Teresina e União, que foram prejudicados por erros na prova amarela, fazem as provas do Enem