Sem leituras obrigatórias, Enem cobra escritores brasileiros
Sem leitura obrigatória, Enem cobra obras de escritores brasileiros
19 jul2011 - 09h00
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Apesar de não cobrar leitura obrigatória, diferente da maioria dos vestibulares do País, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) exige que o aluno tenha conhecimentos sobre obras de escritores brasileiros, principalmente sobre literatura no período do Modernismo.
A maioria das questões referentes à literatura estão na parte de Código de Linguagens e suas Tecnologias, mas algumas também podem aparecer nas Ciências Humanas e suas Tecnologias. Uma das características da literatura no Enem é cobrar apenas escritores brasileiros, o que elimina parte dos conteúdos exigidos em outros vestibulares, como é o caso da literatura portuguesa, na figura de Camões.
Professor de Português e Literatura do cursinho Anglo, de São Paulo, Eduardo Calbucci salienta que a prova sempre deu ênfase ao período modernista, movimento iniciado na primeira metade do século 20 e que tem como principal marco a realização da Semana de Arte Moderna.
Ao apontar os autores mais valorizados pelo exame, Calbucci cita Manuel Bandeira, Graciliano Ramos, João Cabral de Melo Neto e Carlos Drummond de Andrade, porém ele alerta que não é necessário os estudantes lerem todas as obras e se aprofundarem muito. "O que precisa ter é familiaridade com as características do Modernismo, até porque não adianta conhecer a fundo os livros, pois a prova não vai pedir alguma questão específica", explica.
Segundo o professor, nas questões envolvendo literatura, existem três modelos de perguntas que são mais frequentes no Enem. O primeiro consiste em analisar um poema e compreender o texto literário, para indicar sobre o que está tratando o exemplo. O segundo apresenta o poema de um autor para que o aluno analise e identifique suas principais características.
O Enem também pede para o aluno relacionar dois textos: o literário e uma crítica feita por um especialista. "Nesse caso, podemos ter um crítico falando sobre como Machado de Assis conversava com o leitor, a partir daí, o aluno terá que identificar, na obra, onde isso está indicado", exemplifica o professor.Para Calbucci, é fundamental rever as provas anteriores para saber como elas são, pois assim a pessoa vai estar preparada para o Enem desse ano, que ocorre nos dias 22 e 23 de outubro. "O exame é caracterizado pela previsibilidade, não ocorrem grandes mudanças nas perguntas de um ano para o outro, assim o estudante já vai para o Enem com alguma noção", afirma.
Kathleen Rosa chorou quando soube que não poderia mais entrar para fazer a prova do Enem, na PUC-BH, durante a primeira aplicação do Enem, nos dias 6 e 7 de novembro
Foto: Alisson Gontijo / Futura Press
No dia 15 de dezembro, também houve choro. Devido a erros de impressão na prova amarela, candidatos do Enem prejudicados refizeram o Enem em dezembro
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra
Vendedores se acumulam próximo a local de prova, em novembro
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Após o medo de que novos erros acontecessem, a coordenação do exame no Piauí decidiu isolar um andar inteiro do prédio na Faculdade Piauiense, único local de aplicação das provas em Teresina. Segundo os organizadores, o objetivo era evitar fraudes
Foto: Yala Sena / Especial para Terra
Vendedores oferecem produtos para candidatos no dia 7 de novembro
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Muitos estudantes ficaram de fora da prova por se atrasarem, tanto nas primeiras provas (foto) como na reaplicação aos prejudicados
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Candidatos chegam ao segundo dia de prova em escola de Brasília
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Candidata corre para não perder o Enem, durante a primeira aplicação da prova
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Os erros de impressão não foram os únicos relatados. Vazamento da redação e até propaganda de cursinho por parte dos organizadores - como na imagem, em Pedreira (AP) - estão entre as denúncias
Foto: Julio Americo Selingardi / vc repórter
A sujeira também foi um problema na capital federal nas provas de novembro
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Candidatos recebem propagandas durante a primeira aplicação do Enem
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Em Brasília, muitos estudantes correram para chegar a tempo
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Movimentação dos candidatos na PUC Coração Eucarístico em Belo Horizonte, Minas Gerais, durante a primeira aplicação do Enem, em novembro
Foto: Alisson Gontijo / Futura Press
Movimentação dos candidatos do Enem na PUC Coração Eucarístico em Belo Horizonte, Minas Gerais
Foto: Alisson Gontijo / Futura Press
Movimentação dos estudantes no campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em novembro
Foto: Guto Maia / Futura Press
Menina faz prova do Enem no Colégio Uldorico Tavares, em Salvador, Bahia, em novembro
Foto: Margarida Neide / Futura Press
Prova sendo realizada no Colégio Uldorico Tavares, no bairo da Vitória em Salvador na Bahia.
Foto: Margarida Neide / Futura Press
O ministro da Educação, Fernando Haddad, deu explicações ao Senado e à Câmara dos Deputados sobre os erros do Enem. Haddad defendeu o exame e disse que os prejudicados representam menos de 0,1% do total de candidatos. "Se não entendermos que o Enem é para democratizar o ensino, então vamos perder a essência do projeto"
Foto: Fabrio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Estudantes do Rio de Janeiro também protestaram contra as falhas do Enem. Muitos protestos ocorreram pelo País após as falhas no exame
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho / vc repórter
No Rio, a manifestação também aconteceu na região central
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho / vc repórter
Estudantes exibiram cartazes com mensagens de protesto
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho / vc repórter
Os estudantes gaúchos exibiram faixas com frases contra os erros no exame
Foto: Juliana Rolim / vc repórter
A manifestação percorreu diversas vias da região central de Porto Alegre
Foto: Juliana Rolim / vc repórter
A UFPR usará a nota do Enem como 10% da nota total do vestibulando para preencher 5016 vagas
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra
Alguns manifestantes vestiam amarelo por conta da cor da prova que apresentou erros de impressão no exame
Foto: Matheus Tesser / vc repórter
Cerca de 200 estudantes participaram da manifestação em SP
Foto: Rahel Patrasso / Futura Press
Em Curitiba cerca de 400 protestaram contra os erros do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra
A manifestação foi organizada pelos estudantes através da internet
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra
Cartaz exibido pelos estudantes durante o protesto em Uberaba
Foto: Flavia Cipriano / vc repórter
Caixão simboliza o fiasco do Enem deste ano
Foto: Flavia Cipriano / vc repórter
Os estudantes também foram às ruas em Uberaba, interior de Minas Gerais
Foto: Flavia Cipriano / vc repórter
A manifestação de Uberaba contou com encenação teatral
Foto: Flavia Cipriano / vc repórter
No Piauí, o candidato José Antônio Teixeira Neto, 21 anos, foi impedido de fazer as provas
Foto: Yala Sena / Especial para Terra
A reaplicação da prova do Enem atraiu poucos alunos em uma das escolas de Florianópolis, no dia 15 de dezembro
Foto: Fabricio Escandiuzzi / Especial para Terra
A jardineira Neusa Marli Laucksen, 51 anos, chegou atrasada a uma escola de Florianópolis e perdeu a prova do Enem por apenas 3 minutos
Foto: Fabricio Escandiuzzi / Especial para Terra
No Piauí, cerca de 350 alunos em Teresina e União, que foram prejudicados por erros na prova amarela, fazem as provas do Enem