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SP: atrasados e confusão com a polícia marcam início do Enem

5 dez 2009 - 14h55
(atualizado em 6/12/2009 às 11h12)
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Peter Fussy
Direto de São Paulo

Aproximadamente às 13 horas, hora do fechamento dos portões dos locais de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a tranquilidade deu lugar à uma correria em frente à Universidade Paulista (Unip), próxima à Cidade Universitária, na zona oeste de São Paulo. Os alunos atrasados se apressavam para chegar, mas às 13h02 os portões foram fechados deixando cerca de 20 pessoas do lado de fora.

Atrasados causam confusão em frente ao prédio da Unip em São Paulo
Atrasados causam confusão em frente ao prédio da Unip em São Paulo
Foto: Reinaldo Marques / Terra

Os estudantes se reuniram na porta para reclamar, explicar os atrasados e pedir aos funcionários que os deixassem entrar. Quase todos culpavam o trânsito da cidade que, apesar de ser sábado, encontrava-se com pontos de lentidão. A maioria vinha da zona norte e correram cerca de 300 m, do ponto de ônibus mais próximo até a entrada da escola, mas não conseguiram entrar.

Alexandre Rodrigues, 36 anos, técnico mecânico que queria fazer o Enem por uma vaga em Engenharia, foi um dos prejudicados pelo trânsito. Ele conta que mora em Jaraguá e havia calculado que demoraria 1 hora até o local de prova. "Peguei o ônibus às 11h30 e só cheguei agora. Vim correndo sem parar, mas ele (funcionário da Unip) fechou a porta na minha cara. Se eu tivesse colocado o braço eu teria entrado porque ele não poderia me machucar", queixou-se.

Por volta das 13h15, a Polícia Militar chegou ao local atendendo o chamado de Éldia Santos, 52 anos, cuja filha, Adriana Santos, 19 anos, não havia sido autorizada a fazer a prova por não ter o RG, apesar de ter apresentado o Boletim de Ocorrência comprovando que havia sido roubada. Adriana contou que foi roubada na semana passada na Praça da Sé e, preocupada, registrou ocorrência e foi informada que o Boletim mais os demais documentos bastariam para substituir o documento e realizar a prova.

"Eu falei com o fiscal e ele foi totalmente irônico e disse que ele não via problema em perder o Enem. A minha filha quer participar do Prouni, precisaria realizar a prova. Ela ainda perdeu o dia de trabalho e eles não estão nem aí", afirmou. Depois de muita insistência, e da intervenção da PM, a aluna conseguiu realizar a prova.

Aproveitando a presença da PM, os demais atrasados que se avolumavam em frente aos portões, começaram a gritar pedindo que a polícia os ajudasse a realizar o exame. No entanto, a polícia nada pôde fazer. Responsável pela equipe da PM no local, o tenente Crespilho tentava acalmar os estudantes. "Aqui não tem nenhum representante do MEC, nada podemos fazer. Cabe a cada um de vocês ir atrás dos seus direitos junto ao MEC e relatar o que aconteceu. Compreendo o problema de vocês, mas ninguém vai mais entrar", afirmou.

Também atrasada pelo trânsito de São Paulo, a professora de História, Caroline Almeida, 23 anos, não conseguiu entrar para prestar o exame. "Tentamos ligar para o 156 (CET) e não estava funcionando. Vim correndo e quase tive uma crise de asma. Foi muito mal estruturado. Os funcionários viram todo o mundo correndo, sabem que não tem nenhum ponto de ônibus perto e mesmo assim fecharam os portões. Por causa de dois minutos, estudantes não poderão realizar as provas sendo que o MEC pôde cancelar o Enem", reclamou.

Fonte: Redação Terra
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