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Furto da prova do Enem está 100% esclarecido, diz PF

Furto da prova do Enem está 100% esclarecido, diz PF

6 out 2009 - 17h43
(atualizado às 20h32)
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Hermano Freitas
Direto de São Paulo

A Polícia Federal afirmou na tarde desta terça-feira que o furto da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está "100% esclarecido". Segundo o delegado responsável pelo caso, o principal culpado é Felipe Pradella, 32 anos, funcionário da gráfica que realizou a impressão das provas. Segundo a PF, ele teria percebido falhas no sistema de segurança da gráfica e decidiu ganhar "dinheiro fácil".

O titular da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários de São Paulo, Marcelo Sabadin Baltazar, afirmou que além dos crimes de peculato e violação do sigilo funcional, Pradella responderá pelo crime de extorsão.

"Ao ver sua foto publicada no jornal, ele ameaçou matar a repórter e pediu R$ 10 mil por isso", disse o delegado.

Os outros quatro indiciados - o empresário Luciano Rodrigues, 39 anos, o DJ Gregory Camillo de Oliveira Craid, 26 anos, e os funcionários da gráfica, Felipe Ribeiro, 21 anos, e Marcelo Sena, 20 anos - negam o interesse em lucrar com o furto das provas e alegam que tinham a intenção de dar um grande furo jornalístico para a imprensa.

A polícia atribuiu a afirmação a "estratégia de defesa". "Eles assumem que pegaram a prova, mas negam o interesse financeiro", disse o superintendente regional interino da Polícia Federal de São Paulo, Fernando Duran Poch.

Ainda segundo a PF, a subtração das provas da gráfica aconteceu em dois dias. No dia 21 de setembro, Felipe Ribeiro saiu com o caderno 1 na cueca. No dia seguinte, 22, Marcelo Sena escondeu o caderno 2 no casaco para sair da sede da gráfica.

Os acusados não foram presos e responderão aos processos em liberdade porque não houve flagrante. O crime de peculato tem pena de 2 a 12 anos de prisão. O de quebra de sigilo, de 2 a 5 anos e o de extorsão, de 4 a 10 anos.

A PF descartou qualquer vinculação política à ação e disse que o crime é obra de um grupo amador. "Foi um grupo amador tentando obter dinheiro de maneira estranha", afirmou o delegado Baltazar.

As críticas da PF ao sistema de segurança têm como base o fato de que nenhum dos funcionários passou por revista ao deixar a empresa. Um relatório está sendo preparado pela PF e será entregue ao MEC para futuros projetos de segurança em novos concursos.

Fonte: Redação Terra
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