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MPF cobra matrícula de prejudicados com a redação do Enem

5 jan 2012 - 16h22
(atualizado às 16h59)
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Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, o procurador do Ministério Público no Ceará (MPF-CE) Oscar Costa Filho informou que vai encaminhar pedido à Justiça para garantir a matrícula de todos os alunos prejudicados pelo critério de avaliação da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ontem, a Justiça Federal negou recurso do procurador para que a nota da redação não fosse utilzada no cálculo do desempenho dos candidatos no Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Veja polêmicas do Enem em 2011

Costa Filho afirmou que a medida tomou como base um estudo técnico fornecido pelo professor Leonardo Cordeiro, mestre em Matemática pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e mestre em Econometria pela London Business School. No trabalho de 15 páginas, o professor concluiu que é questionável a mistura da nota da redação com a nota objetiva de forma livre e sem qualquer calibração.

Na ação civil pública negada ontem pela Justiça, o procurador havia argumentado que a nota de redação e as notas das provas objetivas não poderiam ser combinadas numa mesma seleção em função das diferentes metodologias de cálculo. As notas das provas objetivas são calculadas com base na Teoria de Resposta ao Item (TRI), que leva em consideração erros e acertos dos candidatos e o nível de dificuldade das questões.

"O candidato não pode perder a vaga por causa de um erro de metodologia do MEC", disse ao destacar que vai cobrar na Justiça que o MEC disponibilize duas listas de candidatos aprovados, uma baseada no cálculo atual e outra seguindo a metodologia tradicional, que soma o percentual de acertos das provas e faz uma média aritmética. "Assim, no dia matrícula, a universidade terá duas listas reservando o direito desses alunos se matricularem, até que o juiz decida o mérito da questão", afirmou o procurador.

Nota na redação passa de 0 para 880

Na quarta-feira, o MEC confirmou que um estudante de São Paulo conseguiu na Justiça a revisão da nota da redação do Enem 2011, que passou de 0 para 880 pontos. Uma banca extraordinária composta pelo consórcio responsável pela aplicação foi acionada para analisar o texto, atribuindo a nova nota.

De acordo com o procurador, isso evidencia a falta de critérios na correção da redação. "É mais um motivo para preservar o direito desses estudantes que são prejudicados com as distorções na metodologia e com a falta de critério da avaliação".

Sisu

As inscrições para o Sisu começam no sábado. A ferramenta foi criada pelo MEC em 2009 para unificar o processo de seleção de universidades públicas e permitir ao estudante disputar vagas em diferentes instituições a partir da nota obtida no Enem. Para o primeiro semestre de 2012, serão oferecidas 108 mil vagas em 95 instituições.

Momentos de desconcentração foram registrados após o término do Enem em São Paulo
Momentos de desconcentração foram registrados após o término do Enem em São Paulo
Foto: Aloisio Mauricio / Terra
Fonte: Terra
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