Ler e evitar "decorebas"; veja dicas de aprovados para o Enem
Ler e evitar "decorebas"; veja dicas de aprovados para o Enem
6 jul2011 - 14h04
(atualizado às 15h03)
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Estudar depois do cursinho? Prestar atenção em aula? Ler bastante? Para ir bem no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), não há uma única fórmula. A prova deste ano será realizada nos dias 22 e 23 de outubro, em todo o País. Para ajudar na preparação para o exame, reunimos três histórias de estudantes que se deram bem no ano passado e hoje cursam o ensino superior. Confira, a seguir, alguns dos "segredos" desses universitários.
Primeiro colocado do Programa Universidade para Todos (ProUni) na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e terceiro na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em ambas para Engenharia Elétrica, Matheus Lincoln, 23 anos, escolheu cursar a graduação na faculdade particular. Ele conta que começou a estudar para o Enem ainda no terceiro ano, quando tinha tempo apenas para frequentar o cursinho nos finais de semana e não conseguia revisar o material em outros dias. "Eu tinha que prestar bastante atenção na aula, para não precisar rever (o conteúdo) em casa", conta.
Ele afirma que o principal foco dos seus estudos foram as exatas, como matemática e física, além de interpretação, pois auxilia ao longo da prova e na redação. De acordo com Lincoln, ler foi um dos seus grandes diferenciais, pois assim conseguiu extrair mais informações dos enunciados e resolvê-los em menos tempo.O universitário também conta que um dos segredos para se dar bem no exame é não estar preocupado em decorar fórmulas nem nomes. "As pessoas têm que saber o conceito da disciplina, porque é isso que o Enem cobra", afirma. Outra dica, na hora de estudar, é com relação à ordem das matérias. "Eu começava com as que eu mais gostava, assim, ia motivado para as que tinha mais dificuldade. Também, logo depois que revisava um conteúdo, eu fazia os exercícios, pois é uma boa maneira de fixá-los", conta. Lincoln também acredita que é benéfico para o estudante realizar a redação antes do restante da prova, pois, menos cansado, o candidato tende a escrever melhor.
"Tem que ler uma biblioteca inteira"
Carlos Viana, 19 anos, atualmente cursa Publicidade e Propaganda na Universidade Federal do Pampa de São Borja (Unipampa), no Rio Grande do Sul. Ele ingressou na faculdade graças à sua pontuação no Enem e conta que priorizou, durante os estudos, a leitura de diversos jornais, revistas e livros. "Ajudou bastante a entender algumas perguntas da prova, além do mais, o exame tem questões extensas, isso também me auxiliou a não cansar muito", afirma.
Viana também destaca a importância que deu à escrita. Ele tentava escrever o máximo que podia, sobre assuntos que via diariamente. "Isso deu certo pra mim, pois quando eu vi a redação de 2010, sobre trabalho e dignidade humana, eu lembrei que já tinha escrito sobre um tema parecido, até mesmo usei alguns argumentos", conta Viana.
"É difícil, mas tem que relaxar"
Estudos de manhã, de tarde e à noite. Essa era a rotina de Caio Cesar Barbosa, 19 anos. No começo do dia, ele ia para escola, de tarde, para o cursinho, e, quando chegava em casa, arranjava tempo para revisar alguns conteúdos. Esse hábito fez com que Barbosa passasse na Universidade Mackenzie, de São Paulo, em Direito, através do Enem, no ProUni.
À noite, Barbosa preferia estudar conteúdos que tinha mais facilidade, para assim reforçar os assuntos com maior possibilidade de obter melhor pontuação no exame. As matérias mais difíceis ficavam para a sala de aula, onde contava com o auxílio dos professores. Para o universitário, o principal motivo do seu sucesso no Enem foi a sua tranquilidade durante a prova. "Eu estava bem calmo na hora do exame, fiz sem nervosismo e acabei indo bem. No mesmo ano, realizei o vestibular da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), mas fiquei muito nervoso, daí fui pior", relata.
Durante o Enem, Barbosa usou um método que seu professor de português ensinou. "A primeira coisa que fiz foi olhar a redação, depois fiz o resto da prova. Isso me ajudou bastante, pois algumas perguntas eu pude relacionar com o tema, isso me deu ideias que consegui usar na hora de escrever", afirma.
Kathleen Rosa chorou quando soube que não poderia mais entrar para fazer a prova do Enem, na PUC-BH, durante a primeira aplicação do Enem, nos dias 6 e 7 de novembro
Foto: Alisson Gontijo / Futura Press
No dia 15 de dezembro, também houve choro. Devido a erros de impressão na prova amarela, candidatos do Enem prejudicados refizeram o Enem em dezembro
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra
Vendedores se acumulam próximo a local de prova, em novembro
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Após o medo de que novos erros acontecessem, a coordenação do exame no Piauí decidiu isolar um andar inteiro do prédio na Faculdade Piauiense, único local de aplicação das provas em Teresina. Segundo os organizadores, o objetivo era evitar fraudes
Foto: Yala Sena / Especial para Terra
Vendedores oferecem produtos para candidatos no dia 7 de novembro
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Muitos estudantes ficaram de fora da prova por se atrasarem, tanto nas primeiras provas (foto) como na reaplicação aos prejudicados
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Candidatos chegam ao segundo dia de prova em escola de Brasília
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Candidata corre para não perder o Enem, durante a primeira aplicação da prova
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Os erros de impressão não foram os únicos relatados. Vazamento da redação e até propaganda de cursinho por parte dos organizadores - como na imagem, em Pedreira (AP) - estão entre as denúncias
Foto: Julio Americo Selingardi / vc repórter
A sujeira também foi um problema na capital federal nas provas de novembro
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Candidatos recebem propagandas durante a primeira aplicação do Enem
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Em Brasília, muitos estudantes correram para chegar a tempo
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Movimentação dos candidatos na PUC Coração Eucarístico em Belo Horizonte, Minas Gerais, durante a primeira aplicação do Enem, em novembro
Foto: Alisson Gontijo / Futura Press
Movimentação dos candidatos do Enem na PUC Coração Eucarístico em Belo Horizonte, Minas Gerais
Foto: Alisson Gontijo / Futura Press
Movimentação dos estudantes no campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em novembro
Foto: Guto Maia / Futura Press
Menina faz prova do Enem no Colégio Uldorico Tavares, em Salvador, Bahia, em novembro
Foto: Margarida Neide / Futura Press
Prova sendo realizada no Colégio Uldorico Tavares, no bairo da Vitória em Salvador na Bahia.
Foto: Margarida Neide / Futura Press
O ministro da Educação, Fernando Haddad, deu explicações ao Senado e à Câmara dos Deputados sobre os erros do Enem. Haddad defendeu o exame e disse que os prejudicados representam menos de 0,1% do total de candidatos. "Se não entendermos que o Enem é para democratizar o ensino, então vamos perder a essência do projeto"
Foto: Fabrio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Estudantes do Rio de Janeiro também protestaram contra as falhas do Enem. Muitos protestos ocorreram pelo País após as falhas no exame
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho / vc repórter
No Rio, a manifestação também aconteceu na região central
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho / vc repórter
Estudantes exibiram cartazes com mensagens de protesto
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho / vc repórter
Os estudantes gaúchos exibiram faixas com frases contra os erros no exame
Foto: Juliana Rolim / vc repórter
A manifestação percorreu diversas vias da região central de Porto Alegre
Foto: Juliana Rolim / vc repórter
A UFPR usará a nota do Enem como 10% da nota total do vestibulando para preencher 5016 vagas
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra
Alguns manifestantes vestiam amarelo por conta da cor da prova que apresentou erros de impressão no exame
Foto: Matheus Tesser / vc repórter
Cerca de 200 estudantes participaram da manifestação em SP
Foto: Rahel Patrasso / Futura Press
Em Curitiba cerca de 400 protestaram contra os erros do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra
A manifestação foi organizada pelos estudantes através da internet
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra
Cartaz exibido pelos estudantes durante o protesto em Uberaba
Foto: Flavia Cipriano / vc repórter
Caixão simboliza o fiasco do Enem deste ano
Foto: Flavia Cipriano / vc repórter
Os estudantes também foram às ruas em Uberaba, interior de Minas Gerais
Foto: Flavia Cipriano / vc repórter
A manifestação de Uberaba contou com encenação teatral
Foto: Flavia Cipriano / vc repórter
No Piauí, o candidato José Antônio Teixeira Neto, 21 anos, foi impedido de fazer as provas
Foto: Yala Sena / Especial para Terra
A reaplicação da prova do Enem atraiu poucos alunos em uma das escolas de Florianópolis, no dia 15 de dezembro
Foto: Fabricio Escandiuzzi / Especial para Terra
A jardineira Neusa Marli Laucksen, 51 anos, chegou atrasada a uma escola de Florianópolis e perdeu a prova do Enem por apenas 3 minutos
Foto: Fabricio Escandiuzzi / Especial para Terra
No Piauí, cerca de 350 alunos em Teresina e União, que foram prejudicados por erros na prova amarela, fazem as provas do Enem