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Justiça determina que Inep explique nota de redação de candidato do RS

Thiago Zanoni Cardoso, 26 anos, tirou a mesma pontuação que um estudante que escreveu receita de macarrão instantâneo no texto.

26 mar 2013 - 18h55
(atualizado às 20h13)
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A Justiça Federal do Rio Grande do Sul determinou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), forneça dados detalhados da correção da redação a um estudante gaúcho que se sentiu prejudicado com a nota recebida pelo texto. Na decisão, tomada na segunda-feira, o juiz Roberto Schaan Ferreira determinou ainda que o Inep pague R$ 500 pelos honorários advocatícios do processo.

Na ação apresentada em janeiro, Thiago Zanoni Cardoso, 26 anos, disse que recebeu uma nota inferior ao esperado. Os 560 pontos obtidos pelo candidato são a mesma pontuação conferida a um estudante que usou um parágrafo do texto para descrever a receita de macarrão instantâneo e que motivou uma série de críticas ao processo de avaliação das redações pelo Inep na semana passada.

"Eu esperava receber mais de 700, 800 pontos pelo meu texto, que não foi fraco, tinha argumentos. Quando vi que uma pessoa escreveu a receita de miojo e tirou a mesma nota que eu simplesmente não acreditei", disse o jovem, que é advogado e gostaria de usar a nota do Enem para cursar gastronomia por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). 

Cardoso disse ainda que teve acesso à correção pedagógica da prova, disponibilizada pelo Inep no dia 6 de fevereiro, mas argumenta que não foram apresentados dados detalhados sobre a nota recebida. "O que eles disponibilizam é só um resumo de cada uma das cinco competências e um comentário genérico sobre a nota. Com essa decisão eu vou poder conferir o que foi corrigido por cada um dos corretores", disse o jovem.

Em sua decisão, o juiz argumentou que o candidato tem direito de conhecer os critérios usados na correção de sua prova. "Registre-se que as modificações levadas a efeito pelo Inep para aperfeiçoar a forma e os critérios de correção das redações, ainda que representem efetiva melhora em relação aos exames anteriores, não satisfazem as pretensões dos candidatos de conhecer as notas que lhe foram atribuídas para cada competência e a justificativa para tanto", apontou o juiz.

Em nota, o Ministério da Educação (MEC) informou que o Inep analisa o mérito e que vai recorrer da decisão. Caso consiga ter acesso à correção, o jovem disse que vai apresentar um recurso para que a nota seja revista. "Se eu conseguir mudar a nota da redação, posso tentar concorrer ao Sisu no meio do ano de novo", completou Cardoso.

Fonte: Terra
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