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Enem: MPF pede à Justiça que candidatos possam ver redações

10 jan 2012 - 16h12
(atualizado às 16h20)
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O Ministério Público do Ceará, por meio do procurador da República Oscar Costa Filho, pediu nesta terça-feira à Justiça Federal que estenda a todos os candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) o direito de ter acesso à correção de suas redações. O pedido é baseado no fato de 12 candidatos do Ceará terem conseguido ver as provas após entraram com ações individuais na Justiça. As decisões do juiz Leonardo Martins foram dadas na última quinta-feira, mas divulgadas apenas nesta terça-feira.

Em todas as decisões, o juiz afirma que a abertura do acesso às provas e critérios de correção dos exames não interfere na autonomia da gestão pública. Também argumenta que é preciso dar transparência aos atos públicos, pare evitar que o Estado "caia na tentação do sigilo".

Em dois casos, o juiz autorizou apenas o acesso à cópia da redação, já que esse foi o objeto do pedido dos estudantes. Para os outros dez candidatos que procuraram a Justiça cearense, além da cópia da redação, o juiz também determinou a divulgação do modelo padrão de resposta e de pelo menos dois espelhos individuais de correção.

O juiz deu 24 horas para que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) fornecesse o que foi pedido. Ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5).

Polêmica na correção

Para o professor de redação Rafael Pinna, que já participou como corretor do Enem em 2009, o maior problema é que não há uma seleção de profissionais qualificados para avaliar os textos e que o treinamento é insuficiente.

O tamanho do Enem, que na última edição teve mais de 5 milhões de inscritos, também prejudica o trabalho de fazer uma correção justa. "São necessários 2 mil corretores. Será que é possível encontrar toda essa gente com capacidade técnica para o trabalho? Ainda se houvesse um treinamento reforçado, as injustiças seriam minimizadas", completa.

A nota do Enem pode ser usada para pleitear vagas em universidades públicas brasileiras por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A ferramenta entrou no ar à meia-noite de sexta-feira, dia 6, e recebe inscrições até 12 de janeiro, exclusivamente pela internet.

Com informações da Agência Brasil.

Fonte: Terra
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