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Em passeata, professores em greve mostram insatisfação com proposta

18 jul 2012 - 12h46
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Luciana Cobucci
Direto de Brasília

Professores de universidades e institutos federais em greve realizaram uma passeata na manhã desta quarta-feira pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, se mostrando insatisfeitos com a proposta apresentada na última semana pelo governo. A circulação de automóveis foi impedida por quase 3 horas. Os docentes prometem continuar paralisados por tempo indeterminado. Eles estão em greve desde 17 de maio e reivindicam a reestruturação da carreira.

Paralisados desde o dia 17 de maio, os docentes reivindicam a reestruturação da carreira
Paralisados desde o dia 17 de maio, os docentes reivindicam a reestruturação da carreira
Foto: Luciana Cobucci / Especial para Terra

Veja onde há greve de professores de universidades e institutos federais

Veja os salários de professores de instituições de ensino federais

Para o 1º vice-presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Luiz Henrique Schuch, a proposta apresentada pelo governo na última sexta-feira é "injusta" e "mascara números". "Não há nem ganho real (acima da inflação). Eles calcularam em valores nominais e escondem que não há ganho salarial acima da inflação", afirmou.

Outra reclamação dos docentes é que a proposta do governo "desestrutura" a carreira, em vez de dar segurança e determinar critérios para que os professores sejam estimulados a alcançar níveis maiores e optarem pela dedicação exclusiva. "Não é uma proposta segura, não tem garantia, não tem critérios. Quando um professor opta pela dedicação exclusiva, por exemplo, tem um ganho de 55% na carreira. Pela proposta do governo, um professor já mestre que escolhe ter dedicação exclusiva ganha um complemento de apenas 20%¿, explicou.

Segundo Schuch, haverá assembleias estaduais até sexta-feira, quando o comando nacional deve decidir se mantém a greve nacional. Os docentes têm reunião com o Ministério do Planejamento na próxima segunda-feira, às 14h. Outras duas universidades aderiram à greve - somente a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) mantém as atividades.

Proposta do governo

O governo propõe aumento retroativo a março deste ano, além dos 4% já concedidos por meio de medida provisória, e pelos próximos três anos. No caso de doutores de universidades com dedicação exclusiva, por exemplo, o salário sobe de R$ 11,7 mil para R$ 17 mil - um reajuste de 45,1%. Das 59 universidades federais, 58 têm professores parados. Servidores técnicos administrativos também estão parados em 34 dos 38 institutos federais de ciência e tecnologia (IFET).

Fonte: Especial para Terra
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