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Em negociação, alunos da USP dizem que reintegração seria 'virada de mesa'

Estudantes foram notificados para deixar o prédio da reitoria da USP. Eles dizem que a universidade se comprometeu a não usar a polícia

6 nov 2013 - 15h25
(atualizado às 15h46)
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Pedro Serrano, do DCE da USP, afirmou que a universidade se comprometeu a negociar com os estudantes
Pedro Serrano, do DCE da USP, afirmou que a universidade se comprometeu a negociar com os estudantes
Foto: Vagner Magalhães / Terra

Após uma reunião que durou cerca de 3 horas, nesta quarta-feira na sede do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais (Cruesp), uma comissão de estudantes da USP afirmou que saiu com o compromisso de que não seria utilizada força policial para a desocupação da reitoria da instituição antes da assembleia desta noite. Os estudantes ocupam o prédio há mais de um mês e estão negociando com uma comissão formada por cinco professores da universidade. Há uma proposta de termo de acordo em vigor, que será levada para assembleia e a partir daí sairá uma decisão.

De acordo com Pedro Serrano, estudante de Ciências Sociais e um dos diretores do Diretório Central dos Estudantes (DCE), a proposta do termo de acordo será levada para a assembleia e, até lá, nenhuma medida sobre a desocupação do prédio será aceita.

"A Universidade já reconheceu o caráter político do movimento e qualquer medida neste momento seria uma virada de mesa. Nós já fomos notificados por um oficial de Justiça e esperamos que nenhuma medida precipitada seja tomada", disse. A notificação foi entregue na manhã desta quarta-feira.

Outra reunião foi marcada para a manhã desta quinta-feira, em que a proposta do Termo de Acordo pode ser assinada ou não, de acordo com o resultado da assembleia desta noite.

Em um dos trechos do documento, a universidade propõe que "ao término da greve estudantil e da ocupação do prédio da administração da reitoria será instituída uma comissão permanente de diálogo e negociação entre a universidade e os representantes dos estudantes, com reuniões periódicas".

O documento afirma ainda que "as partes envolvidas reconhecem o caráter político do movimento estudantil e de seus representantes. Além disso, reconhecem o caráter democrático da interlocução  e avanços obtidos no diálogo para a construção da democracia interna".

Negociação

Em assembleia realizada na última terça-feira, o curso de Letras indicou posição favorável ao fim da greve e da ocupação da reitoria - decisão compartilhada pelo comando da greve.

Uma assembleia geral está programada para as 18h desta quarta-feira. O DCE convoca todos os estudantes da USP a buscar uma solução "política, pacífica e vitoriosa" para o movimento. Os alunos devem debater até chegar a um consenso sobre o fim ou a manutenção da ocupação e da greve.

Ocupação na reitoria

A ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo foi feita no dia 1º de outubro como forma de protesto pelo modelo de escolha do reitor da universidade. Um dos pontos mais criticados por alunos e funcionários é a lista tríplice, sistema pelo qual os nomes dos três candidatos mais votados são enviados ao governador do Estado, que decide quem será o reitor. Os alunos também cobram paridade entre eleitores na escolha do reitor. Atualmente, o pleito ocorre por meio de colégios eleitorais - representados majoritariamente por professores titulares.

Eles ainda criticam a presença da Polícia Militar dentro do campus da universidade e exigem que a segurança dos alunos seja feita por uma guarda comunitária.

Após a USP entrar com um pedido de reintegração de posse do prédio, a Justiça determinou a realização de uma audiência de conciliação entre alunos, funcionários, professores e representantes da universidade na semana passada. Como não houve acordo, foi estabelecido em 15 de outubro um prazo de 60 dias para que a reitoria e os manifestantes estabelecessem diálogo. A USP solicitou a antecipação desse prazo, e no dia 4 de novembro o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu pela reintegração de posse imediata da reitoria.

Fonte: Terra
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