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Seminário mostra inovações na educação brasileira

Profissionais de educação destacam o papel da liderança escolar, assunto pouco falado na América Latina

23 set 2015 - 16h14
(atualizado às 16h18)
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Profissionais da educação destacam que cases de sucesso podem servir de inspiração, mas não copiados
Profissionais da educação destacam que cases de sucesso podem servir de inspiração, mas não copiados
Foto: iStock

O modo de se pensar e lidar com educação tem mudado e a liderança escolar se tornou uma questão estratégica nas políticas educacionais. Porém, o assunto ainda é pouco falado na América Latina. Por isso, 200 profissionais de educação se reuniram na última sexta (18), em São Paulo, para o Seminário Internacional Liderança e Inovação na Educação. As informações são da assessoria da Editora Moderna.

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“O seminário revelou experiências de inovações que estão em curso, com o protagonismo dos educadores e a transformação dos sistemas educativos a partir do engajamento e da ação criativa dos agentes da comunidade escolar. Uma das lições mais relevantes do encontro foi a importância de confiar nos estudantes como sujeitos do conhecimento a partir de um papel ativo e orientador dos professores. A tecnologia é importante, desde que aliada a um projeto pedagógico que valorize a iniciativa dos alunos”, afirmou André Lázaro, diretor da Fundação Santillana no Brasil, que organizou o evento em conjunto com o jornal EL PAÍS.

Inovação e criatividade

Foram oito palestras, entre elas a de Helena Singer, assessora especial do Ministério da Educação (MEC), que detalhou o recém-lançado programa Inovação e Criatividade na Educação Básica. Por meio de um mapeamento, será possível conhecer a distribuição geográfica e o perfil inovador das instituições de ensino. “Essas informações nos ajudarão a estabelecer políticas públicas para o segmento, a incentivar e a sistematizar as iniciativas positivas já identificadas”, afirmou.

Já Ricardo Cuenca, diretor geral do Instituto de Estudos Peruanos (IEP), falou sobre os principais desafios para a liderança escolar na América Latina. Um levantamento feito pelo pesquisador revelou que mais de 50% do tempo dos diretores escolares da região é gasto com atividades burocráticas de gestão e apenas 12% do tempo é direcionado para questões do dia a dia que envolvem alunos e professores. Ele alertou para a inexistência de uma gestão de carreira profissional e de políticas específicas para a formação dos diretores.

David Albury expôs que o Brasil tem importantes experiências de inovação, mas que são pouco conhecidas e divulgadas. De acordo com o diretor da Innovation Unit e consultor do Global Education Leaders' Partnership (GELP), apesar de a educação ter ganhado espaço no orçamento brasileiro, boa parte dos recursos ainda não chega até os estudantes. Para Albury, é preciso saber direcionar esses investimentos com ferramentas que permitam melhorar o aprendizado.

Outro ponto mencionado foi a necessidade do uso de métodos educativos mais dinâmicos e aderentes à realidade dos jovens. Para Albury, o currículo deve contribuir para engajar e “empoderar” os alunos e ainda prever a personalização do ensino.

Também foram apresentados vários casos de sucesso envolvendo liderança nas salas de aula. O ponto em comum dessas experiências é a confiança nos estudantes e em seu desejo de participar de um ambiente escolar colaborativo. 

A professora Maria Beatriz Luce, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e ex-secretária de Educação Básica do MEC, destacou a importância de desafiar as certezas pedagógicas para buscar maior diálogo com os alunos e as realidades que vivem.

Porém, entre outras constatações do debate, concluiu-se que essas experiências de sucesso podem servir de inspiração, mas não devem ser apenas copiadas. Os profissionais ressaltaram que cada instituição tem suas peculiaridades, e realidades sociais e econômicas distintas.

Outro case de sucesso foi compartilhado por Roberto Costa de Souza, secretário de educação de Jacareí (SP). Ele apresentou os diferenciais do EducaMais Digital, uma plataforma inovadora que tem conseguido engajar professores, alunos e pais no processo de ensino-aprendizagem.

O evento foi encerrado com o painel Inovar para quê? O que buscamos atingir com a inovação educacional, que contou com a participação de Maria Rebeca Otero Gomes, coordenadora do Setor de Educação da UNESCO no Brasil, Mila Gonçalves, gerente de projetos sociais da Fundação Telefônica Vivo e André Lázaro, diretor da Fundação Santillana no Brasil.

Fonte: Terra
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