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Cursos online gratuitos de idiomas exigem disciplina

Recursos interativos facilitam atividades que seriam inviáveis na sala de aula

21 fev 2013 - 17h01
(atualizado às 18h05)
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Em uma rápida pesquisa na internet, uma série de portas se abre para quem deseja aprender um novo idioma. Sites especializados, blogs, videologs e até redes sociais permitem a estudantes do mundo todo trocarem conhecimentos sobre suas línguas maternas. A independência de turmas fechadas e os recursos interativos que dinamizam o aprendizado facilitam atividades que, na sala de aula, seriam inviáveis ou desinteressantes. No entanto, antes de apostar na oportunidade cômoda e sem custo, é preciso estar atento à qualidade do material e ter disposição para dar continuidade ao curso.

A maior parte dos cursos online gratuitos de idiomas não segue uma metodologia específica e dificilmente são encontrados sob o modelo estruturado dos cursos tradicionais, privilegiando o ensino mais ágil e dinâmico. Também é comum a oferta como modalidade trial de cursos pagos ou premium, para que o estudante possa se familiarizar com o plano que pretende comprar. Além dos cursos formais, são populares entre os interessados em aprender uma nova língua as redes sociais de ensino, como o Livemocha ‒ o qual a Abril Educação comprou participação de 6% ‒ e o Busuu.com. Em março de 2012, o site divulgou uma pesquisa realizada em parceria com a instituição espanhola IE Business School, avaliando as preferências e perspectivas para o aprendizado de idiomas de seus 45 mil usuários cadastrados em 230 países.

O levantamento revelou que as plataformas interativas de ensino são consideradas o segundo método mais eficiente de aprendizado (20%), perdendo apenas para os intercâmbios de estudos (23%) e superando inclusive o acompanhamento de professores particulares (15%) e as aulas tradicionais (8%). Entre usuários que afirmaram preferir o aprendizado online, 35% apontam a flexibilidade de horários e locais de estudo como principal motivo, e quase um quarto dos participantes da pesquisa recorre ao método para conversar com falantes nativos. Mais até do que o aspecto financeiro, a possibilidade de ajustar o curso à agenda do aluno sem necessidade de deslocamento ou dependência da formação de turmas aparecem como aspectos que tornam os cursos online gratuitos uma opção atraente.

"A vantagem maior é acessar quando o aluno quiser, e se ele não se adaptar, pode tentar outro tipo de trabalho ou de atividade, o que não se pode fazer quando se está em turma", comenta Janaina Cardoso, presidente da Associação de Professores de Língua Inglesa do Estado do Rio de Janeiro (APLIERJ) e professora da UERJ. Ela acrescenta que a troca entre alunos, estrangeiros e professores é o que destaca os melhores cursos, pois auxilia a trabalhar a língua como um todo e evita que as lições caiam na repetição improdutiva do conteúdo. "Antigamente, o aluno autodidata fazia muitos exercícios de speaking (pronúncia e fala), era muito comprometido com isso. Hoje ele vem com uma boa bagagem e geralmente utiliza a aprendizagem online para praticar", comenta Janaina.

Formato favorece aluno com noções básicas da língua

Grande parte dos estudantes cadastrados em cursos online ou redes sociais de idiomas possuem formação superior ‒ no Busuu.com, 58% dos usuários são graduados, 23% com MBA ou PhD ‒ e detém noções básicas de línguas como inglês e espanhol, o que facilita a manipulação da plataforma; Janaina afirma que o ideal é que o aluno invista no formato com nível pré-intermediário de conhecimentos, pois alguns cursos não oferecem aulas em português. O perfil do estudante também deve comportar autonomia, foco e a consciência de que o esforço não é exigido somente dentro da sala de aula. "Como as pessoas em geral estão acostumadas com o presencial, elas acham que vai ser um curso fácil, mais simples e que não vão precisar se dedicar muito, e se decepcionam, porque isso não é verdade", alerta a professora. "Tem que estar disposto e motivado, porque no curso a distância, é você por você", ressalta.

Outras duas importantes razões para manter a disciplina ao longo do curso está no fato do formato online gratuito estimular a criatividade do aluno ‒ que vira seu próprio professor e deve descobrir a melhor maneira de garantir seu aprendizado ‒ e a memória, pois o envolvimento promove uma melhor retenção do conteúdo. A escolha do curso deve levar em conta os envolvidos na preparação ‒ como é o caso do Learn English, organizado pelo British Council ‒, os recursos oferecidos e as recomendações de quem já é cadastrado. Se bater a sensação de que a língua é muito difícil ou desinteressante, pode ser um sinal de que o método de ensino empregado não é o mais adequado para o aluno, e nisso, os cursos gratuitos têm a vantagem de oferecer uma experiência sem compromisso. "O aluno deve se cadastrar e ver se ele se adapta àquela metodologia e ao online. Em qualquer aprendizagem, é importante saber que se tem as características para isso", comenta Janaina.

Ainda assim, 63% dos usuários do Busuu.com acreditam que a combinação de diferentes métodos será uma das principais formas de aprendizagem de idiomas no futuro ‒ o que vem ao encontro da proposta de muitos cursos online de servirem como meios alternativos e complementares de estudo. "Acreditamos que o ensino a distância não tem o objetivo de substituir o ensino convencional, mas o aprendizado online é possível, com dedicação e disciplina, principalmente quando o aluno não tem muito tempo para o estudo", explica Patrícia Gumieri, gerente comercial do Grupo iPed, que oferece cursos online gratuitos e pagos em mais de 30 áreas, incluindo línguas.

Na condição de cursos livres, não é comum a emissão de certificados, embora alguns ofereçam o serviço mediante o pagamento de uma taxa. Janaina Cardoso explica que o blended learning, ou aprendizado híbrido, é considerado pelos especialistas o modelo ideal de ensino para todos os níveis de aprendizagem, pois associa o suporte dado pelo professor a recursos extraclasse que tornam o ensino mais interessante. "No método semipresencial, o aluno trabalha o online para fazer uma leitura mais profunda do que está estudando, e a pessoa fica mais motivada", explica.

<a data-cke-saved-href="http://www.terra.com.br/noticias/educacao/infograficos/idioma-mais-antigo/iframe.htm" href="http://www.terra.com.br/noticias/educacao/infograficos/idioma-mais-antigo/iframe.htm">veja o infográfico</a>
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