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Com protestos, governo de SP inaugura Etec e Fatec na região central

17 mar 2014 - 12h48
(atualizado às 14h58)
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Um protesto de professores marcou a inauguração da Escola Técnica (Etec) e da Faculdade de Tecnologia (Fatec) Sebrae, na manhã desta segunda-feira, em Campos Elíseos, na região central de São Paulo. Com faixas, cartazes e palavras de ordem, os docentes reivindicaram, principalmente, plano de carreira. Em greve há 30 dias, os professores vaiaram o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Garcia, durante seu discurso no evento. O governador Geraldo Alckmin havia confirmado presença no local, mas não compareceu por conta de uma reunião de urgência, segundo assessoria.

As duas unidades, Etec e Fatec, funcionam desde o início do ano na Escola de Negócios do Sebrae, parceiro do Paula Souza, autarquia vinculada ao governo estadual, no projeto de oferecer cursos técnicos e tecnológicos focados na inovação e empreendedorismo.

Segundo a professora Sirlene Maciel, membro do comando estadual de greve, o plano de carreira foi prometido em 2011 e negociado com o governo estadual, o secretário Rodrigo Garcia e o sindicato. “Em vez de o plano entrar na Alesp (Assembleia Legislativa) em novembro, engavetaram e ele desapareceu. Quando entramos em greve eles mandaram para Alesp, na sexta-feira de carnaval. Mas esse plano não era mais o plano, pois tiraram 70% das nossas reivindicações acordadas, como licença maternidade de 180 dias para as mulheres, auxílio creche, auxílio transporte, assistência médica, auxílio refeição, entre outras coisas. Na verdade é uma carreira que não tem nada de carreira”, afirmou.

A professora disse ainda que 40% dos professores aderiram à greve e não voltarão a trabalhar se a Assembleia Legislativa não votar o projeto. “Fizemos as emendas, o plano já entrou na Alesp. Procuramos todos os deputados, apresentamos emendas que fala tudo isso. Queremos que eles votem o mais rápido possível porque queremos sair da greve, mas não vamos sair da greve sem que eles votem. Somos enganados pelo governo e pelos secretários.”

Protesto durante inauguração da Faculdade de Tecnologia (Fatec) Sebrae e da Escola Técnica Estadual (Etec) Sebrae, em Campos Elíseos
Protesto durante inauguração da Faculdade de Tecnologia (Fatec) Sebrae e da Escola Técnica Estadual (Etec) Sebrae, em Campos Elíseos
Foto: André Lucas Almeida / Futura Press

Em resposta ao protesto no evento desta segunda, o secretário Rodrigo Garcia afirmou que o governo do Estado avaliou as propostas e que o melhor plano para os professores está na Alesp para ser votado.

“É importante registrar que o governo cumpriu um compromisso histórico de encaminhar um plano de carreira que reestruturasse as carreiras dos docentes e dos funcionários do Paula Souza. Será um avanço enorme, não só no aumento salarial, mas perspectiva do futuro. Fizemos um estudo e o melhor plano possível para esse ano é o que está na Assembleia de São Paulo. Mas uma parte muito pequena dos professores continuam reivindicando outras melhorias, mas agora entendemos que não são possíveis de serem atendidas. Estamos diante de uma autarquia que cresceu muito e qualquer esforço de aumento salarial dá um impacto muito grande. Pensamos num plano que pudesse dar uma perspectiva para os professores e funcionários”, ecplicou.

O presidente do Conselho do Sebrae Alencar Burti concordou com o secretário e disse que é preciso que os professores se unam às autoridades para conseguir o que desejam.

“Fico preocupado quando uma categoria com a inteligência e saber dos professores não sabem o momento adequado e a quem requerer. Não adianta você ter professores insatisfeitos porque quem herda isso são os alunos. Estamos juntos, mas é preciso que iniciativas como essa que tratam do futuro do país aconteçam. Os brasileiros estão esquecendo que os países são grandes corporações que disputam mercado e se você não tiver excelência, que só vem pelo conhecimento e educação, é nisso que estamos apostando. Peço que reivindiquem e estamos preocupados com isso. Mas que se unam a nós porque é muito mais fácil de chegar onde querem do que confrontando com a gente”, disse.

Fonte: Terra
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