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Com doença rara, aluno da UFRGS cria teclado virtual e conclui mestrado

Cláudio Luciano Dusik desenvolveu um teclado virtual que agora será disponibilizado para facilitar a interação de outras pessoas com deficiência

27 mar 2013 - 16h28
(atualizado às 20h52)
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Orgulhosa, a mãe beija Dusik após a conclusão do mestrado na UFRGS
Orgulhosa, a mãe beija Dusik após a conclusão do mestrado na UFRGS
Foto: Thiago Cruz/UFRGS

Portador de uma doença degenerativa, Cláudio Luciano Dusik, 36 anos, deu exemplo de superação nesta semana ao se tornar o primeiro estudante com deficiência física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) ao concluir o mestrado em educação. Formado em psicologia, Dusik é portador de atrofia muscular espinhal, uma doença rara (ocorre em média um caso a cada 10 mil nascimentos) que causa degeneração dos neurônios motores.

Ao contar com o movimento de apenas um dedo, ele utiliza o mouse do computador para digitar a acessar a internet, com autonomia. Com conhecimentos em informática, Dusik foi estimulado no mestrado a lapidar o teclado virtual que utilizada. O software foi então aperfeiçoado e permite agora que pessoas com diferentes limitações possam utilizá-lo, a partir de uma característica de adaptação.

A dissertação apresentada na manhã de ontem detalha a nova tecnologia - o aplicativo de um teclado virtual - e relata exemplos de cinco usuários. O estudante pretende agora colocar sua criação livremente à disposição de pessoas que, a exemplo dele, necessitem do recurso para poder escrever com apoio do computador e interagir virtualmente.

Superação

O uso da cadeira de rodas não impediu o estudante de levar adiante sua pesquisa. Ele cursou todas as disciplinas de forma presencial e semipresencial. Nos deslocamentos de Esteio, onde mora, até Porto Alegre, o estudante contou com a companhia da mãe no transporte especial. Muitas orientações da professora Lucila Maria Costi Santarosa foram feitas pelo Skype para que ele não precisasse vir à Faculdade de Educação.

A mãe de Dusik, Elza Arnoldo, disse que o filho é um exemplo de que é possível às pessoas com deficiência vencer o medo, a vergonha e o receio de enfrentar os desafios. "Quando criança, os médicos diziam que o Cláudio teria de sete a 14 anos de vida. Vivíamos em luto. Ele foi para a escola só para brincar e ter amigos. Hoje está defendendo seu mestrado. É um exemplo para todas as pessoas com deficiência", comentou Elza.

Ela também lembrou que ao enfrentar as barreiras, o filho provocou alterações nas vias públicas, na disponibilização de transportes e na acessibilidade aos locais de estudos.

Fonte: Informações da UFRGS
Fonte: Terra
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