CE: universidade é acusada de racismo em questionário sobre cotas
Em censo, a Universidade Estadual do Ceará perguntou se os alunos concordavam que a qualidade dos cursos seria prejudicada com as cotas
Estudantes da Universidade Estadual do Ceará (Uece) acusam a instituição de racismo após a aplicação do Censo Discente 2013 no começo de julho. O questionário pretendia analisar o perfil socioeconômico dos alunos, mas perguntas sobre a adoção de cotas raciais acabaram provocando indignação nas redes sociais.
"Você concorda que a qualidade dos cursos será prejudicada com a entrada de alunos negros?", dizia uma das perguntas que causou revolta entre os estudantes. "Sinceramente, é cada coisa que a gente vê e lê em pleno século 21. Mente conservadora, colonial, elitista e segregacionista", dizia uma das publicações no Facebook.
Em nota, a Uece negou o racismo e disse que "as questões 26 a 33, referentes às opiniões quanto ao sistema de cotas raciais e sociais na universidade, têm o propósito de captar a compreensão dos alunos quanto aos argumentos que norteiam sua opinião eventualmente favorável ou desfavorável ao sistema".
A instituição disse que a metodologia adotada no questionário levou em consideração "a importância de expressar diferentes opiniões sobre temas que ainda não têm unanimidade na realidade brasileira, como o sistema de cotas no ensino superior, possibilitando que os aluno/as expressem os diferentes posicionamentos e argumentos".
Segundo a Uece, questões semelhantes estão presentes nos instrumentos de muitas universidades e o objetivo é apenas saber a opinião dos alunos sobre o tema, já que a instituição discute a adoção de um modelo de cotas. A nota foi assinada pelo pró-reitor de Políticas Estudantis, Antônio de Pádua Santiago de Freitas, pela coordenadora de Ação Afirmativa, Maria Zelma de Araujo Madeira e pela pesquisadora educacional Fátima Maria Leitão Araújo.
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