CE: 3 mil se unem a protesto nacional contra "importação" de médicos
Cerca de 3 mil médicos reuniram-se na tarde desta quarta-feira em Fortaleza, em uma manifestação nomeada “Vem para rua pela saúde”. O ato teve início na manhã de hoje, quando centenas de profissionais ocuparam as galerias da Assembleia Legislativa do Ceará em protesto contra a "importação" de médicos estrangeiros.
Antes disso, os médicos se concentraram no Palácio da Abolição – sede do governo do Estado. Depois de lá, eles seguiram para o Jardim Japonês, na avenida Beira Mar. Agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) e policiais acompanharam o ato pacífico, que só teve fim com uma forte de chuva, que dispersou a maioria dos presentes.
Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, José Maria Pontes, o protesto é contra a "importação" de médicos de Cuba sem revalidação do diploma de um médico formado no exterior. Segundo ele, muitos desses profissionais são brasileiros formados em Cuba.
Na Assembleia, alguns deputados apoiaram a iniciativa. O primeiro secretário do Poder, deputado Sérgio Aguiar (PSB), se associou a preocupação dos médicos. “Entretanto, no interior ainda existe uma carência muito forte de profissionais da medicina”, ponderou. O presidente em exercício da Casa, deputado Tin Gomes (PHS), disse que vai votar na quinta-feira um requerimento apoiando a exigência da revalidação de diploma para médicos estrangeiros que venham atuar no Brasil.
Médicos fazem paralisação
Todos os Estados têm manifestações de médicos marcadas para esta quarta-feira. As entidades deixaram claro que os atendimentos de urgência e emergência funcionarão normalmente. Para os médicos, o País tem número suficiente de profissionais para suprir a demanda, e se houvesse uma estruturação das unidades de saúde e a criação de uma carreira, os vazios assistenciais seriam preenchidos.
O Ministério da Saúde anunciou, no dia 25 de junho, que criará 35 mil vagas para médicos no Sistema Único de Saúde (SUS) até 2015. De acordo com a pasta, serão contratados profissionais que se formaram no exterior para ocupar os postos que não forem preenchidos por médicos com diplomas brasileiros.
O plano do governo é criar programas de autorização especial para que os profissionais que se formaram fora do País só possam atuar na atenção básica, nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades. Caso sejam aprovados no Revalida, esses médicos terão liberdade de trabalhar em qualquer lugar do País.