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BA: professores estaduais recusam proposta do governo; greve continua

5 jun 2012 - 19h30
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Lucas Esteves
Direto de Salvador

Professores da rede estadual de ensino da Bahia reunidos em assembleia nesta terça-feira decidiram que a greve, que já dura 56 dias em diversas cidades do estado, continuará. A nova proposta do governo do Estado foi rejeitada, e os docentes levarão adiante o movimento, ao passo que já convivem pelo segundo mês seguido com o corte de ponto.

A nova proposta prevê aumento de 4% em outubro de 2012, e 3% em abril de 2013, na forma de progressão na carreira. Para isto, os professores que estão na categoria "A" passarão para uma nova, a "A1", em progressão que representa um aumento entre 22% e 26% até 2013, incluindo os 6,5% e 11,5% já anteriormente concedidos à categoria. Há também a obrigatoriedade de se fazer um curso à distância para merecer o benefício.

Os professores, porém, discordam da necessidade de revogar a Lei 12.364, que assegura o cumprimento do piso salarial e trata de reajustes reais nos salários dos professores. O secretário de Educação, Osvaldo Barreto, por sua vez, declarou que este ponto ainda está em discussão. Além disto, ele também prometeu que, se os docentes voltarem às aulas imediatamente e apresentarem um plano concreto de reposição de aulas, haverá devolução imediata dos salários.

Depois de saber do resultado da assembleia, o governador Jaques Wagner publicou, por meio da Secretaria de Comunicação, um desabafo no qual diz não entender o motivo pelo qual os professores negaram a proposta, classificando a decisão como "inexplicável". "O que mais me assombra é como eles decidem que a próxima assembleia para decidir ou não se voltam às aulas é uma semana depois", avaliou sobre a data da próxima reunião da APLB, marcada para a terça que vem.

Wagner afirmou que não entende por que os professores decidem abrir mão de mais uma semana de aulas diante de 56 dias já perdidos. Além disso, ele lamenta que o esforço feito pela gestão para conseguir uma proposta viável tenha sido desperdiçado pela categoria. "Eu fui sindicalista e, na minha época, a gente tinha assembleia permanente, de manhã, de tarde e de noite tentando saber se tinha uma nova proposta. E eu trabalhava na área pública, e não na privada, onde os alunos que eles prejudicam estão entre os mais carentes da sociedade", criticou.

Na semana passada, a Justiça concedeu liminar aos professores ordenando ao Estado que devolvesse os salários cortados. Entretanto, a Procuradoria Geral do Estado não emitiu parecer sobre a decisão e, enquanto não decide acatar a decisão ou contestá-la novamente, o corte de ponto está mantido.

Fonte: Especial para Terra
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