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Após 63 dias em greve, professores retomam aulas no CE

10 out 2011 - 12h38
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Omar Jacob
Direto de Fortaleza

Depois de 63 dias de greve, os professores começaram a voltar ao trabalho nesta segunda-feira nas escolas estaduais do Ceará. A categoria decidiu suspender a paralisação na última sexta-feira após o governo ter se comprometido a "perdoar" a dívida imposta pela Justiça ao sindicato dos professores - superior aos R$ 300 mil, segundo cálculos da administração estadual - e também prometeu não descontar os dias não trabalhados no contracheque dos educadores.

"A greve está suspensa por 30 dias, mas pode ser retomada inclusive na assembleia geral que está agendada para o próximo dia 11 de novembro", disse o vice-presidente do sindicado Apeoc, Reginaldo Pinheiro, que representa os professores. A insegurança quanto a possibilidade de a greve ser retomada marcou a retomada das aulas em algumas escolas da capital, Fortaleza.

"A gente fica sem saber se acredita que o governo vá mesmo negociar com os professores", afirmou o manobrista Cleiton Rocha, que nesta segunda feira pela manhã foi deixar o filho no Colégio Liceu do Ceará. Na escola Adauto Bezzera, no bairro Fátima, também em Fortaleza, alguns professores ainda não haviam retomado as atividades. "Eu ainda não sei como vai ser, eu cheguei na minha sala e não tinha ninguém", falou o estudante Renan Rosa, do segundo ano do ensino médio.

Está agendada para a tarde desta segunda-feira uma reunião entre dirigentes sindicais e a Secretaria de Educação. A intenção é avançar na negociação de uma nova proposta de plano de cargos e carreiras da categoria.

Proposta

Na semana passada, o Conselho Estadual do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) apresentou, em uma reunião entre a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ministério Público do Estado (MP-CE), professores e Secretaria de Educação, uma nova proposta de um piso salarial de R$ 1,4 mil para professores do nível médio e R$ 1.820 para os que possuam graduação.

Além disso também está previsto, segundo a proposta, o pagamento de um adicional (interstício) de 5% na mudança de cada um dos 14 níveis, tanto para educadores do nível médio, quanto para os professores de nível superior.

No dia 29 de setembro, os deputados estaduais já haviam aprovado, em caráter de urgência, um projeto de lei do governo do Estado que estabelece um salário base de R$ 1.187 para os professores de nível básico, equiparando ao piso nacional da categoria para uma jornada de 40 horas. A votação aconteceu em meio a protestos dos docentes, que não concordavam com a proposta.

Fonte: Terra
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