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Angry Birds está a caminho das salas de aula brasileiras

Diretor criativo do game revela ao Terra que negocia com pelo menos dois municípios brasileiros que desejam adotar a sua plataforma de jogos educativos

29 abr 2014 - 07h26
(atualizado às 07h27)
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<p>Com mais de 2 bilhões de downloads, o jogo Angry Birds deu poder e dinheiro a seus criadores, que agora exploram uma nova seara: a educação</p>
Com mais de 2 bilhões de downloads, o jogo Angry Birds deu poder e dinheiro a seus criadores, que agora exploram uma nova seara: a educação
Foto: Getty Images

A Rovio, dona da linha de jogos Angry Birds, está negociando com pelo menos dois municípios brasileiros que desejam adotar sua plataforma de games educativos nas escolas. Em conversa com o Terra durante o evento de educação "Transformar 2014", Peter Vesterbacka, diretor criativo do Angry Birds e de marketing da Rovio, não revelou quais cidades seriam as interessadas, mas disse estar animado com a perspectiva da parceria, que deve sair em breve. “Depois da China, que já usa os nossos jogos em três de suas províncias, o Brasil é a nossa prioridade”, disse Vesterbacka. 

Embora ainda incipientes no Brasil, os games educativos já estão relativamente bem estabelecidos em países como os Estados Unidos, a China e o Japão. Segundo estudos, esses jogos tem tido apelo entre escolas e estudantes por que cruzam disciplinas como matemática e programação com um universo familiar e querido pelas crianças - os games. A lógica é que a chance de um aluno se engajar com uma aula de astronomia, por exemplo, é muito maior se ela acontece com ajuda dos personagens do Angry Birds Space do que se ela acontece apenas com um livro didático e um pôster. “Sabemos que, se uma criança está se divertindo, a chance de ela aprender é muito maior”, diz Vesterbacka. 

Por enquanto, o Fun Learning Program (programa de aprendizado divertido, em tradução livre) e o Angry Birds Playground, as principais plataformas de jogos educacionais da Rovio, só têm atividades desenvolvidas para crianças com idades entre três e seis anos. Vesterbacka explica que, para viabilizar apenas esse primeiro módulo, foram precisos três anos da dedicação de 30 dos 850 funcionários da Rovio. “O material didático foi criado do zero com ajuda de profissionais de tecnologia e de várias áreas da educação”, afirma. 

Só a apostila dos professores, que devem passar por 15 dias de treinamento antes de começar a usar a plataforma, tem 850 páginas. Na proposta educacional da Rovio, o ambiente ideal para aulas que usem Angry Birds inclui até a adaptação do espaço físico da sala ao universo do jogo. “Em última instância, queremos criar um cenário para que as pessoas se viciem em aprender como se viciaram em jogar Angry Birds”, afirma Vesterbacka.

Embora admirada por muitos, a iniciativa de fundir diversão com educação tem seus detratores. Muitos pais, por exemplo, tem dificuldade para entender que um jogo tão parecido com um passa tempo pode, de fato, educar. É como se, para ser educativo, algo precisaria ser chato, ou requerer abnegação e esforço descomunais. “Há também quem questione a ausência de ferramentas que avaliem, objetivamente, os benefícios trazidos pelos jogos”, diz Tony Wan, editor do site EdSurge, referência mundial em tecnologia da educação e palestrante da Transformar 2014.

O entusiasmo, porém, tem vencido boa parte das críticas e um sem número de escolas vem adotando o game educacional como ferramenta de ensino. “Vemos que o interesse por iniciativas de educação com games está em franca ascensão”, diz Wan. Não deve demorar para o Brasil também entrar na dança.

Fonte: Terra
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