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Alunos denunciam segregação na UFRGS; Universidade nega

Maioria dos alunos que ingressaram no segundo semestre entrou na faculdade por meio de cotas raciais

4 mar 2015 - 18h43
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Prédio da Faculdade de Direito da UFRGS
Prédio da Faculdade de Direito da UFRGS
Foto: Thiago Cruz / UFRGS/Divulgação

Alunos da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) reclamam que uma espécie de segregação contra alunos que ingressaram por meio de cotas e do Reuni (programa de reestruturação e expansão das universidades federais) por conta da falta de espaço físico para a realização das aulas.

Desde a implantação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), em 2012, o número de alunos praticamente dobrou, o que fez com que a UFRGS tivesse que realocar os alunos para outros locais. No entanto, o centro acadêmico do curso de Direito reclama que os maiores afetados são alunos que ingressam no segundo semestre, sendo que a maioria é oriunda do ingresso por meio de cotas raciais.

“Quem entrava basicamente pelos sistemas de cotas e pelo Reuni estava sendo simbolicamente afastada do ambiente acadêmico do Castelinho”, explica o vice-presidente do Centro Acadêmico da Faculdade de Direito, Pedro Costa.

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Por meio da assessoria de imprensa, a UFRGS nega que haja algum tipo de separação. A escolha das turmas é feita de forma cega, levando em conta o número de alunos e o horário da aula. As turmas do primeiro semestre são as maiores porque as vagas que surgem são automaticamente preenchidas com alunos do segundo semestre.

Ainda de acordo com a Universidade, o prédio do curso de Direito tem capacidade para receber as turmas maiores, e por esse motivo acaba abrigando os alunos do primeiro semestre. “Sobre a distribuição das salas: sequer considera curso ou turmas, os critérios são apenas o número de alunos e horário da aula”, é a justificativa da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd).

<p>Escoras usadas para sustentar a estrutura no dia da inauguração</p>
Escoras usadas para sustentar a estrutura no dia da inauguração
Foto: Daniel Favero / Terra

“As turmas de segundo semestre pouco ou nunca tiveram aula dentro do Castelinho, o que dificulta o contato com professores, bibliotecas, com o Centro Acadêmico, grupos de pesquisa”, diz um texto publicado pelos alunos, que se dizem constrangidos com a situação. “Não é única e exclusivamente o deslocamento, mas sim que sejam quase que exclusivamente impostos a esses grupos. Para alguns, isso pode parecer um aspecto meramente físico, mas se olharmos pelo aspecto de que as turmas de segundo semestre são compostas majoritariamente de estudantes de cotas sociais e raciais, o problema se agiganta”.

Pedro Costa afirma, no entanto, que o centro acadêmico teve várias reuniões com a administração da faculdade para pedir que fosse feita uma rotatividade de turmas. Em um encontro ocorrido nesta semana os alunos afirmam que ouviram do diretor da Faculdade de Direito, Danilo Knijnik, o compromisso de implantar um sistema de rotatividade elaborado pelos próprios alunos, que não afete, em sua maioria, alunos do segundo semestre.

Prédio Inaugurado com escoras

<p>Meses depois da inauruação o local foi interditado pela Justiça</p>
Meses depois da inauruação o local foi interditado pela Justiça
Foto: Daniel Favero / Terra

Os problemas com a falta de espaço na UFRGS é algo que se arrasta há algum tempo. Em junho do ano passado um prédio foi inaugurado pelo então ministro da Educação Henrique Paim com escoras nas escadas. As rachaduras na estrutura foram denunciadas pelos alunos de engenharia. O prédio Foi interditado em outubro de 2014.

Fonte: Terra
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