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Aluno acusa professor por 6 anos de assédio na PUC-RS

Depois da denúncia de assédio moral e sexual, outros alunos relataram casos semelhantes; universidade diz que está apurando

27 jul 2015 - 15h03
(atualizado às 16h08)
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Um aluno do curso de comunicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) veio a público para relatar assédio moral e sexual que teria sofrido de um professor da entidade, situação que teria ocorrido nos seis anos em que estuda na entidade. Após a repercussão do caso, outros alunos teriam relatado situações semelhantes.

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) afirmou que está investigando o caso de Guilherme Beiró e outros relatados após a denúncia
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) afirmou que está investigando o caso de Guilherme Beiró e outros relatados após a denúncia
Foto: Divulgação

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Guilherme Beiró conta que desde o primeiro contato com o professor recebeu cantadas, mas que isso não impediu as investidas, inclusive com uma tentativa de assédio dentro do banheiro da universidade. “Ele passou do meu lado no mictório e estendeu a mão para tentar pegar no meu pênis”, disse.

Guilherme conta sempre deixou claro que não tinha interesse em qualquer relacionamento. Por conta disso, teria ouvido indiretas do professor em relação a uma posição no mercado de trabalho. “Ele falou na aula, mas olhando direto para mim, que ninguém consegue emprego se não fosse com a indicação”, conta.

No começo do semestre, Guilherme procurou a coordenação do curso e fez a denúncia contra o professor. Mas por conta da falta de andamento nas investigações ou sinais de que alguma punição poderia ser adotada, o aluno resolveu tornar pública sua situação.

As denúncias foram recebidas com surpresa por alguns ex-alunos do professor “ele era um cara que sempre encosta em ti quando conversa contigo e algumas pessoas podem ficar desconfortáveis com esse tipo de coisa, mas nunca tinha ouvido relatos de coisas mais grave sobre ele”, disse um ex-aluno.

Mas logo após fazer a denúncia, Guilherme começou a ser procurado por outros alunos que teriam relatado o mesmo tipo de conduta do professor. “Resolvi fazer a denúncia depois de saber que não estudaria mais com ele e que não sofreria mais nenhuma retaliação, mas depois que fiz a denúncia vi que a PUC parecia estar tentando abafar... Mas logo depois comecei a ser procurado por outros alunos e ficou claro que muita gente tinha passado por aquilo. Tenho diversos prints de conversas de outros alunos com conversas com o professor”, disse Guilherme.

Além de Guilherme, outro aluno resolveu levar o caso adiante e ambos fizeram boletins de ocorrência sobre o caso. Guilherme estuda levar o caso para os tribunais, uma vez que já recebeu uma notificação extrajudicial do advogado do professor.

Bernardo Dall’Olmo de Amorim, advogado que representa o professor, divulgou nota na qual afirma que o docente não foi procurado pelo aluno antes da denúncia ter sido tornada pública. “Informamos também que as atitudes do aluno apresentam uma estranha tentativa de arranhar a carreira de um professor com 21 anos de magistério, onde se estranha sua real intenção, com atos que configura condutas tipificadas no Código Penal”, disse por meio de nota.

O advogado afirmou ainda que ingressará com uma ação pedindo que o nome do professor não seja mais divulgado pelo aluno.

A PUC-RS, por sua vez, divulgou nota na qual informa que, após a denúncia, “o estudante e o professor foram ouvidos pelo coordenador e pela direção da Faculdade. A denúncia foi encaminhada à Procuradoria Jurídica da Universidade, que avaliará a instauração ou não de sindicância, em caráter de sigilo, visando a preservar o direito à privacidade das pessoas referidas na denúncia."

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Fonte: Terra
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