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Mundo

Diretor da OMS nega pandemia de gripe suína

11 mai 2009 - 20h13
(atualizado às 20h33)
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O novo vírus H1N1 não apresenta sinais de contágio interpessoal contínuo fora da América do Norte, e por isso ainda não pode ser considerado uma pandemia, e nem se sabe se virá a ser, disse na segunda-feira Keiji Fukuda, diretor da Organização Mundial da Saúde.

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"Continuamos na fase 5", disse ele, referindo-se à escala de alerta sobre pandemias, que vai até 6. "Ainda é uma situação confusa. Sabemos que estamos vendo as coisas mudarem quase diariamente."

Os laboratórios da OMS já confirmaram 4.379 casos da nova gripe, sendo 2.600 só nos EUA. Foram registradas 60 mortes, todas nas Américas, especialmente no México, onde milhões de crianças voltaram às escolas usando máscaras e desinfetante para as mãos, após duas semanas de suspensão das aulas para tentar controlar a epidemia.

"Se todos respeitarem (as normas de higiene), teremos um retorno seguro e saudável", disse o ministro mexicano da Educação, Alonso Lujambio.

"Sei que é para nos proteger, mas a máscara é muito desconfortável, me dá comichão", disse a estudante Pamela, 10 anos, em uma escola da capital.

O número de mortos confirmados no país subiu para 56, referindo-se a exames de pessoas que morreram nas últimas semanas. O país tem um total de 2.059 casos em 29 dos 32 Estados, segundo o ministro da Saúde, José Angel Córdova.

Uma equipe internacional disse que o vírus parece se comportar como uma cepa pandêmica, com um contágio mais fácil do que o da gripe sazonal comum.

Neil Ferguson, do Imperial College, de Londres, e seus colegas disseram em artigo na revista Science que até 23 mil mexicanos podem ter se contaminado com a dita "gripe suína".

Eles também descobriram evidências da teoria de que o surto teria começado na localidade de La Gloria, Estado de Veracruz.

Quarentena chinesa
As autoridades chinesas continuam procurando cerca de 150 pessoas que estavam nos mesmos voos por onde passou um homem que se tornou a primeira vítima confirmada no território continental da China (exceto Hong Kong), segundo a imprensa estatal.

Outras cerca de 150 pessoas já foram localizadas e colocadas em quarentena. O paciente, um chinês de 30 anos que estuda nos EUA, viajou de Tóquio para Pequim e de lá para a cidade de Chengdu. Ele já está se recuperando.

Cientistas tailandeses que contaminaram porquinhos com o vírus disseram que os animais tiveram sintomas de gripe que desapareceram sozinhos, como ocorre em vários casos humanos.

Os europeus não demonstram pânico com a epidemia. A entidade agropecuária Coldiretti disse que, embora 10 por cento dos italianos tenham deixado de consumir carne de porco, outros 12 por cento estão aproveitando a queda dos preços para consumir mais.

"Dizem que é melhor prevenir do que remediar, mas acho que a reação foi alarmista. Isso é mais culpa da OMS (do que do governo)", disse em Madri o engenheiro Sami Husein, 32 anos.

"Houve menos mortes do que em qualquer gripe normal, então por enquanto não entendo como isso pode ser um grande problema."

A entidade norte-americana de proteção animal Peta disse ter pedido ao Centro de Prevenção e Controle de Doenças que divulgue eventuais provas de que a epidemia começou em uma fazenda.

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