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Dilma sobe por economia e transferência de votos

1 fev 2010 - 15h23
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A pré-candidata do governo à Presidência da República, Dilma Rousseff, vem consolidando seu nome junto ao eleitorado, beneficiada pela atual condição da economia e contemplada com a transferência de votos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As informações são da pesquisa do Instituto Sensus encomendada pela Confederação Nacional do Transporte. O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira.

Conforme a sondagem, a ministra subiu 6,1 pontos percentuais em cenário de primeiro turno com quatro candidatos e teria superado a marca tradicional de transferência de votos.

Nesse cenário, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), oscilou positivamente para 33,2 por cento (ante 31,8 por cento em novembro). Dilma chegou a 27,8 por cento, ante 21,7 por cento. Enquanto há dois meses a diferença entre os dois era de 10,1 pontos percentuais, a variação agora cai à metade, para 5,4 pp.

A senadora Marina Silva (PV-AC) passou de 5,9 por cento para 6,8 por cento, dentro da margem de erro. Já o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), maior perdedor da rodada, caiu de 17,5 por cento em novembro para 11,9 por cento agora.

Com esses números, Ciro entrega para a aliada na Casa Civil um precioso patrimônio de votos.

Segundo o diretor do instituto, gira em torno de 20 por cento o universo de entrevistados que afirma só votar no nome indicado pelo presidente.

"Parece que Dilma Rousseff passa a extrapolar os limites da transferência inequívoca de Lula", avaliou Ricardo Guedes, técnico do levantamento.

Nessa lista principal, a ministra chegou ao encalço de seu franco adversário, o tucano José Serra. O resultado reforça a tese da eleição plebiscitária, desejo de Lula e incômodo para a oposição.

"A eleição está ficando polarizada. O eleitor começa a enxergar isso," afirmou Guedes.

O presidente da República já declarou diversas vezes que deseja emplacar na sucessão o famoso "nós contra eles". Comparar o desempenho de seus oito anos de governo com os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso.

O receio do PSDB a essa tática é compreensível. A avaliação do governo está em 71,4 por cento (ante 70 por cento em novembro) e o desempenho pessoal de Lula atinge 81,7 por cento (contra 78,9 por cento na pesquisa anterior).

A razão que tradicionalmente contribui para esse desempenho —a situação da economia— é também responsável, ao menos em parte, pela atual escalada de Dilma.

"Como candidata do governo, e sendo parte dele, Dilma se beneficia do crescimento econômico do país", acrescentou Guedes. "A situação da economia se reverte positivamente para ela."

SEGUNDA LISTA

Em uma segunda lista, sem Ciro no páreo, Dilma também tem considerável subida (salta de 23,5 por cento para 28,5 por cento). Serra permanece estável, mas em alto patamar. Ele passa de 40,5 por cento para 40,7 por cento.

No segundo turno, Serra venceria em todas as hipóteses, embora a diferença entre os dois tenha se reduzido de dois meses para cá: de 18,6 pontos percentuais em novembro para 6,9 pontos agora, em que venceria por 44 por cento dos votos contra 37,1 por cento dados a Dilma.

Pela primeira vez, a ministra aparece na frente de Serra na lista espontânea —aquela em que não é apresentada uma relação de candidatos ao entrevistado. Mas, estatisticamente, há um empate técnico entre os dois. Dilma Rousseff foi lembrada por 9,5 por cento dos entrevistados, enquanto Serra foi por 9,3 por cento. Lula, apesar de não ser candidato, fica à frente com o dobro, 18,7 por cento."

REJEIÇÃO DE DILMA CAI

A chefe da Casa Civil entrou no ano das eleições reduzindo seu patamar de rejeição. Em janeiro, 28,4 por cento dos entrevistados disseram que não votariam nela, contra 29,7 que afirmaram o mesmo em relação a Serra. Ciro e Marina têm rejeição pouco acima dos 30 por cento. Apenas 9,4 por cento disseram não conhecê-la e 4,1 por cento afirmaram o mesmo sobre Serra.

Na sondagem anterior, Dilma possuía rejeição de 34,4 por cento, enquanto José Serra, de 27,7 por cento.

A pesquisa CNT/Sensus foi realizada entre os dias 25 a 29 de janeiro com 2.000 entrevistados em 136 municípios. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

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